Em momentos de crise muitas ideias surgem bem-intencionadas, não raro, permeadas de inaplicabilidade ou inteligibilidade mínima. A onda do momento agora é reduzir salários “para ajudar a economia”. Seria algo do tipo: tirar os pulmões para ajudar a respiração. Ora, evidente que a economia em recessão clama por crédito, liquidez, justamente para possibilitar o comércio e a circulação de moeda e de bens.
Os EUA, semanas atrás, baixaram os juros à quase zero. Evidente a inteligência da medida, eis que busca aquecer o crédito, logo, o comércio, se não gerando, mantendo empregos e rendas.
Mas em terra tupiniquim tem quem defenda reduzir salários “para ajudar”. Só se for para ajudar acelerar o número de falidos. Desenhando: salários reduzidos diminuem liquidez, achatam mais ainda o consumo e a circulação de bens e da moeda. Resultado seria obvio: aumento de desemprego e de quebras.
Nessa linha de mediocridade misturada com populismo, exsurge ideia de reduzir salário de políticos, verdadeiro grão de areia no oceano dos milhões do fundo partidário e das emendas parlamentares impositivas. Uma cortina de fumaça para o que importa.
Que venha logo a vacina para salvar vidas, e se possível, reduzir também nossa exposição à tanta asneira!
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