Henri Machado Claudino
Diretor administrativo-financeiro da Celos
Não há saída fácil. Essa talvez seja uma das lições mais relevantes dos conturbados tempos vividos no Brasil. Números, infindáveis planilhas, dados e índices expuseram a complexidade do sistema econômico e a dimensão dos esforços necessários para manter a saúde financeira de qualquer instituição. Ações que nem sempre são populares, ainda mais quando falamos de investimentos referentes à previdência, por exemplo.
Estima-se que no Brasil mais de doze milhões de pessoas buscaram a contratação de um plano de previdência complementar, nos últimos meses. Isso mostra a insegurança da população com relação ao benefício social, ainda mais diante das expectativas de mudanças. Por outro lado, uma população cada vez mais longeva almeja qualidade após anos de trabalho.
Para ponderar entre o aumento da expectativa de vida, as dificuldades econômicas atuais e a necessidade de crescimento é necessário pulso firme. Ao contrário do que ocorre com outras instituições, as administradoras de benefícios previdenciários necessitam pensar muito à frente, projetando os anos vindouros e, garantindo assim, a aposentadoria de milhares de pessoas.
Para isso os recursos são empregados respeitando uma política de investimentos e estratégia estudada cautelosamente e que não visa, de modo geral, retorno imediato, já que os pagamentos aos beneficiados ocorrerão no decorrer de décadas.
Em Santa Catarina temos um exemplo interessante de como essa postura é percebida na prática. A Fundação Celesc de Seguridade Social (CELOS) que conta atualmente com quase nove mil participantes e implementou no ano passado uma postura mais conservadora, com uma carteira de investimentos diferenciada que permite mais segurança com relação aos resultados nos próximos anos. Com isso, opções de alto risco foram substituídas por outras mais seguras e líquidas. Essas alterações causaram estranheza e até mesmo críticas duras de quem não está acostumado com o universo econômico ou não conhece profundamente a natureza de um fundo previdenciário. No entanto, os números finais da fundação ao final do exercício na composição da carteira de investimentos demonstram que o caminho certo foi tomado, aumentando a segurança para a continuidade do pagamento de benefícios a milhares de aposentados e pensionistas, como tem feito nos últimos 43 anos.
Como dito antes, não existem atalhos na economia. É fundamental conhecimento e coragem para empreender caminhos difíceis, mas que, por fim, proporcionarão os resultados tão esperados. Principalmente quando o que está em jogo é a aposentadoria de milhares de trabalhadores.
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