PSL rumo ao abismo
Se o governador, então tranquilo, levantava e dormia no silêncio espiritual da Casa d’Agronômica, escutando os passarinhos cantando em sua janela, agora é a hidra do coronavírus que berra, forte, como a besta do apocalipse, aquele monstro eleitoral não visto em 2018. Foi Carlos Moisés quem chegou na principal Cadeira de SC, afirmando-se o nome de Jair Bolsonaro. Só que não. O presidente dedicou um recado de rompimento que, como diz o jornalista Upiara Boschi, nunca teve. O eleitor bolsonarista, como gado marcado, estourou em direção ao marido de Késia, agora arrependido. Se o Fundo Partidário prometido a vários prefeitos e candidatos, estrelou, os recursos estaduais também. Ele não tem dinheiro para honrar o que prometeu em lugar nenhum. Não tem como pagar nem mesmo a folha dos servidores. Se isso é seu pior pesadelo, hoje também é fato que aqueles que saíram do PSD, MDB, PSDB e até PT, voltem aos partidos novamente. Ficar no PSL por quê?
TROCA
Embora
o coronavírus,
as movimentações correm soltas dentro dos partidos. Este entra,
aquele sai. Na Capital, o MDB perdeu Gui Pereira e, com a saída de
Gean no ano passado, desintegrou o partido. Os ulyssistas estão à
procura de luz e meio que perdidos no tabuleiro ilhéu.
LONGE
Dário Berger precisa fortalecer o exército ulyssista na
Grande
Florianópolis, mas sabe das dificuldades. Entre hoje, último dia
para a janela e, amanhã, a desincompatibilização,
o vírus foi maestro infernal no MDB. Se na capital amarga rumos, em
Joinville pula alto. Udo Döhler passa o rodo.
REDE
O
PSDB sofreu grande perda de ontem para hoje no curral de LHS. O
senador desaparecido vê seu pupilo capitalizar os tucanos com fome
de estrutura. Sobrando na prefeitura, Udo só piscou para ser
correspondido no flerte. Engrossa fileiras pró-Fernando Krelling se
tiver sucessão.
EVASÃO
Se é verdade que tucanos alimentam-se de frutas, mas podem
comer insetos, cobras, rãs e lagartos, Joinville é exceção. Os
ulyssistas levaram Tarcísio Tomazoni
Júnior,
vice-presidente do PSDB e, com ele, vão muitos. O senador Paulo
Bauer, que olha outubro, vê Udo Döhler invadir o ninho via
satélite.
REALIDADE
Udo Döhler sabe que Rodrigo Coelho, mesmo estando no PSB,
amarrado na falta de ética do presidente Nacional do partido, não
arranha a própria imagem se, neste caso, disputar a eleição neste
partido. O deputado federal está acima da sigla e é respeitado pela
integridade e sonho de um Brasil acelerado.
IMPRESSÃO
No gabinete do prefeito, a discussão é fragilizar o máximo a
liderança de Rodrigo Coelho por ser nome com real chances de vencer
a eleição em outubro caso consiga, ainda hoje, uma decisão
monocrática de sua saída do PSB. Se isso ocorrer, o deputado tem
três partidos para decidir rumo. Neste caso, Podemos, PL ou
PSDB.
EXPECTATIVA
Em Blumenau, João Paulo Kleinübing se mexe à velocidade da
luz para ampliar sua volta ao protagonismo político. Tem apoio pleno
do Progressistas e busca o PSDB, PL e PSD para poder bater de frente
com Mário Hildebrandt. Ontem juntos, agora podem se enfrentar se JPK
consolidar a Frente.
PALIATIVO
Em Itajaí, o médico Volnei Morastoni vai ter que entregar à
população mais que o remédio homeopático que orientou seus
agentes de Saúde para somar forças contra o coronavírus. Como não
conseguiu eleger o filho deputado, ficou com o osso de seu poder de
construção política, exposto para a oposição. A deputada Anna
Carolina que o diga.
REAL
Como o prefeito de Itajaí faz política com jaleco
homeopático, vai precisar ajustar melhor seu estetoscópio para
escutar os batimentos de suas ações no coletivo cidadão. A
arritmia é grande e seu governo está longe de ter uma radiografia
da força oposicionista. Até mesmo
o MDB vê Volnei Morastoni distante do debate partidário. A
impressão que passa é de sair da reeleição.
ELE
Eron
Giordani pisou em Chapecó para fazer o tear natural neste tempo de
janela. O chefe de gabinete de Julio
Garcia, assim como os deputados, está permanentemente em audiência
virtual com os membros da Casa despachando via satélite. Nem por
isso deixa de
dar
atenção às amarras políticas e ter sua habilidade
demonstrada.
SOLIDARIEDADE
Partido
em Florianópolis dando um pulo significativo para disputar a eleição
este ano se, de fato, ocorrer. Marco Fernandez, presidente da sigla,
e Marcelo Kampff, da Comunicação da Prefeitura
da Capital, dormiram satisfeitos com o resultado de fortalecer a
sigla. Se vai ou não ter pleito, estão desenhados.
ELES
Sergio
Motta e Carlos Eduardo, hoje mobilizados para fazer do Republicanos o
partido político ideal em SC, se mexem forte. O deputado estadual e
Mamute têm
grande possibilidade de fazer a sigla ser abrigo político de todos
os bolsonaristas. Depois que os filhos de Bolsonaro se filiaram,
ganharam altura. Carlos e o parlamentar são trator turbo neste
alcance.
VAI
Celso
Maldaner se encontra em Maravilha na forçada
quarentena que submeteu a todos. Ontem e hoje, está com o suporte de
bateria do celular à tira colo para saber os movimentos do MDB em
toda SC. Os ulyssistas têm
o privilégio
perigoso de ter mais de cem prefeituras
no Estado.
Se manter nesta posição não é uma tarefa fácil.
CREDO
Com
o Fundo Partidário derretido pela força do coronavírus, as
lideranças só trocam de partido se, de fato, valer o passe. Não há
encanto nenhum em trocar de partido sem o famoso riso fácil. O que
ontem motivava sair de um para ir a outro, o bicho-papão
comeu. E, mais, se papar os recursos do TSE, pela mesma
justificativa, acabou o pleito.
POSSIBILIDADE
Os congressistas
evitam falar se a eleição vai ou não acontecer em 2020, mas é
muito viva a ideia de não ter pleito este ano. Mais que isso,
esperam que a ministra Rosa Weber, presidente do TSE, canalize os
recursos disponíveis para outubro,
nesta mesma direção. Não existe democracia com coronavírus.
FATO
Deputados estaduais, federais e senadores sabem que a
democracia não é apenas o depósito do voto na urna. Começa na
construção de quadros partidários, convenções e o olho no olho
com o eleitor na apresentação de ideias. Fazer eleição por rede
social e comício virtual, não é debate com o cidadão. Portanto, o
declínio do sufrágio em 2020 é real.
REFORÇO
Vereadores
de Florianópolis aprovaram o repasse de R$ 11 milhões para Gean
Loureiro utilizar como metralhadora contra o vírus satânico. Sessão
com quase 8 horas de duração em um esforço conjunto, sem cor
partidária, até meia-noite. Isso é mais lance que o coronavírus
realiza, como em qualquer lugar do mundo, unindo todos, contras ou
não, no mesmo propósito.
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