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Vieses e consensos | O que o governador Moisés tem contra si mesmo? Uma onda de um número de ontem a uma decepção quase unânime de hoje

Por: Ralf Zimmer Junior
15/04/2020 23:29 - Atualizado em 15/04/2020 23:31
Mauricio Vieira/Secom

O comandante aposentado, de fala pautada, com frases bem elaboradas, que se elegeu miraculosamente contra todas as adversidades da política tradicional de Santa Catarina, numa eleição para o cargo mais alto do Estado, agora se supera em protagonizar altos e baixos homéricos.

Eleito na onda “17 de cabo a rabo” conseguiu em menos de um ano de governo ser alvo de descontentamento da própria base que o elegeu.

Desdenhou da turma “que faz arminha” (que o elegeu), e quando avança num ponto, noutro seu governo consegue superar a conquista anterior em pouco intervalo de tempo submergido em escândalos após escândalos.

Vetou uma lei que aumentava subsídio de procuradores e encampou uma ilegalidade concedendo o mesmo aumento sob o eufemismo de “cumprimento de decisão judicial”, balela, na estrutura de seu gabinete.

No começo da crise da pandemia do coronavírus se adiantou, decretou quarentena, conquistou admiração e respeito merecidos até de adversários e declarou que não construiria estruturas novas, mas equipararia às já existentes no combate ao Covid-19.

Contudo, de um dia para o outro, contratou empresa para construir hospital de Campanha em valores babilônios, dispensando licitação e, tendo, ao que tudo indica, relação com amigos do chefe de sua Casa Civil com advogados de dita empresa.

Diz em nota que os demais Poderes teriam de certa forma endossado a contratação, contudo, é desmentido em notas outras e, agora, em recente decisão judicial que suspendeu tal contratação.

A questão é que um dia diz uma coisa, noutro faz outra completamente distinta e, quando algo sai errado, seus defensores dizem que ele teria sido traído, contudo, ao invés de comandar efetivamente essas questões exonerando então os responsáveis por tais possíveis traições, titubeia, mantém o staff que capitaneou o equívoco e segue para outra, numa repetição de ações e omissões contraditórias, que nos faz pensar: o que ele teria contra si mesmo?

Ora, foi traído? Puna os traidores! Exonere-os, denuncie-os às autoridades competentes!

Mas, não é isso que aparenta ter feito.

De outro lado, aqueles que o elegeram clamando por “17 de cabo a rabo”, hoje, embora todos no guarda-chuva do 17, vê assessor de deputado de seu partido protocolar pedido de impeachment!

Os catarinenses arrependidos por ter votado num número que “não era político”, a chamada “nova política” se ressentem, mas foram levianos, injustos, e impulsivos lá atrás em creditar o cargo mais alto do Estado a quem não tinha currículo para ocupá-lo.

Agora, todos pagam o preço de assistir um governo contraditório em si, rumar para um desgaste tão rápido e homérico como o foi sua ascensão.

A política não é muito diferente da vida, ela exige que bons frutos precedam de boa plantação, de muito trabalho, de terra arada com suor.

O que vem fácil, vai fácil.

Não é orgulho nenhum, mas dever de admitirmos e assimilarmos a lição: quem é irresponsável em selecionar, é responsável em fracassar!

Fomos irresponsáveis na eleição em 2018, o próprio “17” tem admitido isso nas mais variadas manifestações de seus parlamentares, mas essa mea-culpa não cabe somente às bases que elegeram Moisés, mas toda à população catarinense que se negou debater seriamente o futuro do Estado e creditou seu voto num número, na esperança que escolhas dessa envergadura fosse como apostas de bingo de igreja. Sim, fomos irresponsáveis, e hoje infelizmente todos pagamos. E que isso sirva de lição para não nos afastemos do debate profícuo e sadio da boa e velha política, porque esse papinho de “nova política” é literalmente canção para boi dormir.

Avante catarinenses, sacudam a poeira, e tomem as rédeas de nosso Estado novamente com responsabilidade e na forma da Lei!


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