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Entrevista | Churchill ouvia quem tinha cabelos brancos, diz Pinho Moreira sobre Governo Moisés

Por: Marcos Schettini
20/04/2020 14:34
Karina Ferreira/Agência AL

Médico pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), formado há quase 50 anos, Eduardo Pinho Moreira tem um nome respeitado tanto na Medicina quanto na vida pública. Foi deputado federal constituinte, prefeito de Criciúma, vice-governador e governador de Santa Catarina, além de ter presidido a maior estatal catarinense, a Celesc.

Quando na Cadeira de governador em 2018, enfrentou a greve dos caminhoneiros, ouvindo especialistas econômicos para tomar diretrizes necessárias após impactos na arrecadação. Agora, sob pandemia, o ex-governador Pinho Moreira defende que os municípios devem ser avaliados caso a caso. “É como na Medicina, mesmo que pacientes tenham a mesma doença, o tipo e a dose do remédio podem ser diferentes”, disse em entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini. Ainda, disse ser contra impeachment de Moisés e se posicionou a favor dos partidos para uma democracia sólida. Confira:

Marcos Schettini: Como o senhor observa os impactos da pandemia na economia?
Pinho Moreira: A pandemia, que está na fase inicial, já comprometeu a atividade econômica no mundo todo com graves consequências: mortes, desemprego e fome. A humanidade deve estabelecer novas e mais nobres prioridades. Nesse momento, a solidariedade é que vai minimizar os sofrimentos. Todos ajudando a todos.

Schettini: O que está certo e errado nas ações do governador Carlos Moisés?
Pinho Moreira: A eleição do Moisés se deu por uma onda de mudança na política nacional, com reflexo em SC. Ele não construiu isso que vive hoje. Mas esse é o primeiro grande teste dele. O momento exige experiência e humildade do governador. Ouvir, ouvir, ouvir e se cercar de pessoas experientes para então decidir. Todos que assessoravam Churchill, quando enfrentou o nazismo, tinham cabelos brancos.


Schettini: Afrouxar ou isolar?
Pinho Moreira: As realidades de cada município de SC são diversas, por isso devem ser avaliados caso a caso. É como na Medicina, mesmo que pacientes tenham a mesma doença, o tipo e a dose do remédio podem ser diferentes. Há que serem olhados os números, têm municípios no Estado sem nenhum caso.

Schettini: O senhor foi vice-governador. Qual é o papel?
Pinho Moreira: Eu fui 3 vezes vice-governador de políticos experientes, uma de Luiz Henrique da Silveira e duas do Raimundo Colombo. O vice tem que estar um metro atrás e meio metro acima para enxergar o caminho e não esbarrar no titular. O entendimento é fundamental para o equilíbrio político do governo, e isso só se dá através do diálogo.

Schettini: Também foi duas vezes governador de SC. O que o Sr faria neste momento?
Pinho Moreira: Eu ouviria muito e me cercaria de experiências de todos os setores públicos, científicos, econômicos e políticos. Só então decidiria, pois a decisão é prerrogativa do governador. Foi assim na greve dos caminhoneiros.

Schettini: Pedidos de impeachment começam a ganhar espaço na Alesc. Qual o cenário disso?
Pinho Moreira: Não vejo razão nem clima para impeachment. Assunto fora do contexto. Sou contra.

Schettini: O Sr é a favor do impeachment?
Pinho Moreira: Contra.

Schettini: O MDB saiu de vez da base de apoio a Moisés. É o momento?
Pinho Moreira: O MDB, como partido, nunca foi da base do governo. Os deputados estaduais que decidiam suas posições. Votar a favor de SC é premissa.

Schettini: Os ulyssistas estão arrependidos de ter apoiado Moisés em 2018?
Pinho Moreira: Votar no Moisés foi, no segundo turno, a única opção aos ulyssistas catarinenses.


Schettini: O Sr é a favor da eleição unificada?
Pinho Moreira: Sou a favor das eleições unificadas e fortalecimento dos partidos políticos. Chega de votar em personalidades ou pessoas que não têm compromisso com programas. Que contribuição, por exemplo, trouxe ao Brasil a eleição do Tiririca, com mais de 1 milhão de votos? E levou vários com ele... Nas democracias consolidadas existem partidos que representam ideologias: social democracia, liberalismo, socialismo, ambientalista… Nos Parlamentos do Brasil (federal, estaduais e municipais) existem representantes de dezenas de partidos que mudam de sigla sem qualquer compromisso ideológico.


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