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Vieses e consensos | Fim de governo Bolsonaro e-ou de Moisés: qual você aposta que acaba primeiro?

Por: Ralf Zimmer Junior
26/04/2020 22:51
Divulgação Bolsonaro e Moisés conversam durante passagem do presidente por Balneário Camboriú, em maio de 2019 Bolsonaro e Moisés conversam durante passagem do presidente por Balneário Camboriú, em maio de 2019

Quando perdemos de 7 a 1 para os alemães, na realidade, esse foi o placar final, mas no 3 a 0 já estava liquidada a fatura.

Dilma não caiu com a votação do impeachment, mas no dia em que vazou o áudio da conversa dela com Lula buscando se blindar de forma pouco republicana, para dizer o mínimo.

Há momentos na vida que o torque de um fato muda tudo. Acabou o governo Bolsonaro com as declarações de Moro, comprovadas com mensagens trocadas de WhatsApp.

Evidente, que a relação deles já vinha se deteriorando. Tudo indica que o capitão recém-eleito, e o então juiz da Lava-Jato tinham um acerto que levaria Moro em seguida ao STF.

Natural até porque quem passa pelo Ministério da Justiça ou AGU costuma se credenciar. Como foi com Alexandre de Moraes e Tofolli, respectivamente.

Ademais, Moro também tem todos os predicados para o cargo.

Ocorre que, político experimentado, com três décadas de lida no Congresso Nacional, Bolsonaro foi acrescentando à fatura.

Evidente que não queria controlar a PF só para saber sobre Adélio.

A PF investiga possivelmente aliados, políticos, empresários, amigos, enfim, que por sua vez devem naturalmente terem pedido proteção ao “rei do momento”.

E esse foi o maior pecado de Jair, investir contra o alicerce mais firme de seu governo, quiçá para atender às expectativas insaciáveis de sua prole, quiçá para atender algum sonegador de monta que lhe apoiou. Há quem diga, que em SC mesmo, tem “gente grande” na mira da PF e que não teria sido preso ainda por conta do “Santo Messias”.

Moro, que dê precavido e observador tem 22 anos de magistratura nas costas, certamente se muniu de documentos quando começou a sofrer pressões indevidas e quando saiu do governo certamente apontou seu arsenal para derrubar mais um presidente.

Fez isso de Curitiba, por óbvio que de Brasília ficou mais fácil.

A verdade é que o projeto de proto-ditador, atacando de forma vil instituições da República, uma hora iria dar nisso, ou fim de linha ou uma Venezuela de anti-venezuelanos.

Jair e sua base detonaram muita gente, muitas instituições, de forma covarde muitas vezes, e jipe e o cabo que fechariam o Supremo hoje estão muito mais aptos a fecharem o Palácio da Alvorada, com piscina olímpica e tudo.

O discurso do presidente foi uma confissão de prevaricação, no mínimo. A resposta imediata de Moro com textos de conversa de celular foi acachapante: Bolsonaro quis intervir indevidamente na PF, e seu Governo, por isso, acabou!

Claro, até o dia do impeachment, essa goleada vai ser ampliada. Mourão também foi vítima da filharada lá trás. Quem apanha não esquece, ainda mais general arejado, com trânsito e com capacidade de unir a interface exército e sociedade civil, já está com um pé e meio no comando que virá em 2021, porque esse ano teria de haver novas eleições, logo a desidratação agora de Jair seguirá o curso natural até o momento do fim, decretado por Moro na sexta-feira.

Para encerrar, patético Moisés convidar Moro para mexer com a base bolsonarista que o elegeu e que ele traiu. Com os escândalos do Governo aqui pode ter certeza que antes de algumas prisões e demissões ele sequer aceitaria conversar. É homem sério na acepção correta do termo, e não aventureiro como uns é outros que posam de governo em SC, mas que também estão com seus dias contados, na forma da Lei, quem viver, verá.


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