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Índole fraca

Por: LÊ NOTÍCIAS
22/03/2017 09:16 - Atualizado em 22/03/2017 09:17

Ele, que sempre foi coadjuvante no mundo de produtos e serviços, virou protagonista na última semana. O papelão, conhecido na produção de caixas e outras embalagens usadas para proteger alimentos, peças de vestuário, eletrônicos, enfim, um universo de artigos alimentícios e de uso em geral, virou a bola da vez na mídia. Tem papelão por toda parte nas redes sociais. O papel áspero e escuro virou picanha, alcatra, maminha e linguiça; no espeto, no forno ou na panela, o papelão – aos olhos de quem está “por fora” da Operação Carne Fraca – parece ser o novo feijão com arroz brasileiro.

Vitaminas? Proteínas? Que nada! Pura fibra de celulose, esta que não é digerida pelo organismo humano. Mas então, como é que ele foi parar na cozinha? Trata-se da indignação coletiva dos brasileiros e consumidores por todo o mundo da carne produzida nos estados do País. É que nos últimos dias a Polícia Federal deflagrou a Operação Carne Fraca em quase trinta empresas, entre elas a JBS e a BRF. Conforme o Órgão, irregularidades estavam acontecendo na produção e fiscalização de carnes e seus derivados. Mas, e onde entra o papelão?

Com tanto burburinho, o escândalo atingiu milhões de consumidores – do chão de fábrica à elite – e cada um contou à sua maneira o que entendeu da ação da PF. No começo, entendeu-se que havia papelão moído misturado às carnes, agora a explicação já é outra. Conforme nota da BRF, o áudio capturado pelos investigadores da PF foi mal interpretado. Ela defende que ao mencionar o papelão, o funcionário se referia às embalagens e não à mistura alimentícia.

Não é só o fruto da celulose que preocupa aqueles que sempre se inquietaram com a “falta de proteínas” dos vegetarianos. De acordo com a Operação, a investigação inclui o suposto uso de fraudes para ocultar o acréscimo de carne vencida ou de produtos proibidos em linguiças; tentativa de mudar a data de validade de embalagens; corrupção de fiscais; suborno para liberação de injeções de mais água em frangos congelados; substituição de carne de peru por soja em salsichas; e uso de cabeça de porco em alimentos que não passam por cozimento.

Muitos capítulos estão por vir, mas fato é que o Brasil começa a sentir os efeitos da conhecida corrupção maquiada de “jeitinho brasileiro”. A União Europeia, Coreia do Sul, China e Chile anunciaram restrições temporárias à entrada de carne brasileira em seus territórios o que, sem dúvidas, faz com que o ministro Blairo Maggi, amargue dias difíceis em seu gabinete. Logo agora, que o País começava a mostrar indícios de recuperação após o golpe sofrido pela Presidência, não tem quem não perca o sono com a tal Carne Fraca, seja porque tem a receber ou a pagar.


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