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Prato de mentiras

Por: LÊ NOTÍCIAS
24/03/2017 08:44

As tarefas e obrigações cotidianas exigem tanto do profissional contemporâneo que as necessidades básicas dele estão em segundo plano. Não interessa ao empregador se o funcionário dormiu o suficiente; se havia arroz com feijão na mesa na hora do almoço; ou se o carrinho do supermercado está cada vez mais vazio. Realidade é que nem mesmo o empresário está muito preocupado com o que põe na boca. É tanta ganância, competitividade e falsas necessidades, que até as refeições são deixadas para depois. Quando, finalmente, as pilhas de relatórios terminam, qualquer coisa que seja mastigável e traga saciedade é o suficiente ao patrão. Quanto ao empregado, se der tempo de almoçar naquela uma hora entre fazer mil coisas em casa e voltar é um grande avanço.

Tudo isso já foi sacado pelas empresas alimentícias nacionais. Enquanto nós damos valor ao que vem de fora e custa muito mais caro, a produção brasileira decai cada vez mais. A qualidade não é mais o mais importante. Os rótulos bonitos e a publicidade garantem as vendas. É pelo de roedor no extrato de tomate; leite com soda caustica; carne deteriorada em embalagem nova; e, a nova da vez, azeite de oliva impróprio para consumo in natura.

Em meio a tanto burburinho por conta de manipulações na carne brasileira, a Associação Proteste divulgou ontem que constatou adulterações em diversas marcas de azeite de oliva vendidas no Brasil. Conforme a entidade, sete das 24 marcas testadas apresentam fraudes. O “extravirgem” era, na verdade, misturado com óleos vegetais e animais. Assim, eles não poderiam ser usados crus, a exemplo de na salada. Sem dúvidas, com a adulteração a produção era barateada. Economia essa que nunca foi repassada ao consumidor que, em sua maioria, concorda que o tal azeite é caro e só comprava, justamente, por ser muito “saudável”.

A investigação está em andamento, e até agora não se sabe que a fraude ocorria na origem em outros países ou no envasamento que acontece no Brasil. Alguns dos produtores e importadores são reincidentes, foram multados, mas não foi o suficiente. As fraudes continuaram e, ao que parece, continuarão. Isso por que, mais do que as azeitonas, e ética e o caráter foram esmagados há muito tempo. Escorre a credibilidade do Brasil pelos ralos do mundo.


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