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Entrevista | Paulinho Bornhausen reconhece Gean Loureiro como melhor prefeito de sua geração

Por: Marcos Schettini
30/05/2020 14:34
Diego Redel

Histórica liderança do PFL, atuando intensamente na concretização do DEM, Paulo Bornhausen escreve sua trajetória por ser um excelente articulador de uma das famílias políticas mais tradicionais de Santa Catarina.

Deputado estadual e deputado federal por três vezes, Paulinho Bornhausen foi um dos responsáveis pela construção do nome de Eduardo Campos para a eleição de 2014, quando mobilizou lideranças em torno do PSB. Hoje filiado ao Podemos, constrói a sigla para disputar as eleições municipais em 120 cidades de Santa Catarina, com nomes importantes em Blumenau, Joinville e Criciúma.

Em entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini, o ex-parlamentar avaliou o cenário atual do Brasil, fez duras críticas a Jair Bolsonaro, disse observar simplicidade e honestidade em Carlos Moisés e afirmou que Gean Loureiro é incansável na missão de governar, se transformando no melhor prefeito de Florianópolis de sua geração. Confira:


Marcos Schettini: Que avaliação o Sr. faz do Brasil antes e depois da pandemia do coronavírus?

Paulinho Bornhausen: Antes da pandemia, caminhávamos numa recuperação econômica com alguma perspectiva positiva e um ambiente político conturbado em função do estilo dos que nos governam. Existe uma verdadeira máquina de conflitos instalada em Brasília. Ai incluídos os três poderes, puxados pela agenda do Executivo. Com o aparecimento da pandemia, a recuperação econômica se transformou em depressão econômica e a máquina de conflitos recrudesceu ainda mais. No momento que necessitávamos de harmonia, bom senso e pulso firme para termos uma mínima sinalização positiva para quando tudo isso vier a terminar ou arrefecer, nos deparamos numa escalada de desacertos. Beira a uma esquizofrenia coletiva. Intolerância, egocentrismo e falta de espírito público transbordam por todos os lados.


Schettini: O presidente da República age em qual direção?

Paulinho Bornhausen: O presidente da República é o que sempre foi. Um homem de posições extremadas, dogmático e pouco flexível. Até me surpreendeu positivamente na composição e nas ações iniciais do Governo, mas com a chegada da pandemia, esse seu perfil está incrementando instabilidade institucional e econômica, com o aumento da escalada de conflitos entre poderes e na sociedade também. Forma-se uma tempestade perfeita de consequências imprevisíveis. Uma pena.

Schettini: Como empresário, como o Sr. observa o confinamento social e os pedidos de afrouxamentos?

Paulinho Bornhausen: Perdemos muito tempo com essa discussão entre a predominância da ciência ou da economia nas ações necessárias para que os brasileiros pudessem sofrer menos nesse momento difícil. Uma lástima! A doença escalou, as medidas foram erráticas, individualistas e desordenadas. Não se estabeleceu uma coordenação nacional que passasse segurança aos Estados e municípios na saúde e na economia. Muito menos ao cidadão desassistido. Falta líder, estadista! Vamos pagar um preço alto por essa desorganização. Por essa desinteligência, regada por egos inflados em todas as instâncias de poder. Já somos destaque negativo no conjunto das Nações no combate à Covid-19.


Schettini: O governador Carlos Moisés está fragilizado justamente pelas medidas tomadas. Onde erra e acerta?

Paulinho Bornhausen: O governador me parece ser um homem simples e honesto. Às vezes até simplório. É notório que não se preparou para assumir essa missão tão difícil e desafiante que é governar Santa Catarina. Mas foi uma escolha democrática. A partir daí, penso ser necessário que homens públicos responsáveis possam ajudá-lo, dentro das possibilidades e do interesse do governador, na missão de bem governar. Não precisa estar dentro do Governo e nem deixar de ser oposição para tanto. Temos que pensar em Santa Catarina acima de tudo.


Schettini: O Sr. é a favor da cassação da chapa de 2018?

Paulinho Bornhausen: Não se trata de ser a favor ou contra. Um rito de impeachment é um rito legal e político. Existem investigações para saber se governador e vice estariam envolvidos em fatos que podem levar a um impedimento. Ė parte da regra democrática. Só o tempo e os fatos vão responder. Só sei que as consequências da má aplicação do impedimento são péssimas. Devemos sempre dar preferência à preservação dos resultados democráticos das urnas.

Schettini: As eleições municipais vão trazer qual mensagem eleitoral depois daquele inesperado 2018?

Paulinho Bornhausen: Isso é impossível de se prever. A discussão local é sempre peculiar a cada cidade. Isso tende a diminuir ondas nacionais. Principalmente nos médios e pequenos municípios. Para termos um bom ou mau resultado para os munícipes, depende muito da oferta de bons candidato pelos partidos. Aí mora grande parte das soluções ou dos problemas.


Schettini: Como ex-deputado estadual e federal, qual é o papel do parlamentar nestes tempos de crise?

Paulinho Bornhausen: O papel dos parlamentares sempre será importante. Ainda mais em tempos estranhos, de grande instabilidade. Os parlamentos devem ser os amortecedores das crises políticas e econômicas.


Schettini: Qual seu futuro político?

Paulinho Bornhausen: No momento, ajudo a formar o Podemos, dando oportunidade ao aparecimento e continuidade na política de novos líderes da boa política. Vamos lutar pelas reeleições do Mário Hildebrandt e Fabrício Oliveira, em Blumenau e Balneário Camboriú, respectivamente. Dois gestores corretos e competentes. Eleger o Ivandro como prefeito de Joinville para resgatar a autoestima da maior cidade do Estado que anda em baixa. Em Criciúma, ver o Cel. Manique Barreto, cidadão honrado e competente, à frente da maior cidade do Sul, e tantos outros talentos que disputarão as prefeituras, vice prefeituras e a vereador em 120 cidades. O partido sairá forte da eleição. Depois disso, irei discutir junto com meus amigos e companheiros sobre qual rumo poderei tomar num possível retorno às urnas. Me atrai a missão de construir. De somar forças para fazer o bem. E o Brasil e o mundo precisarão dessa reconstrução depois da pandemia. Isso me desafia.

Schettini: Como o Sr. vê o governo de Gean Loureiro?

Paulinho Bornhausen: Gean Loureiro vai se transformando no melhor prefeito da Capital que a minha geração tem notícia. Focado, organizado, resiliente e incansável na missão de governar, vai fazendo a diferença nesses tempos de pandemia. Mantido o quadro atual, tem tudo para vencer as eleições no primeiro turno.


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