Passados sete meses consecutivos de aumento no preço do cesto básico, neste mês houve uma quebra da tendência e a variação no custo foi de -2,61% em comparação a maio. Com esta queda, o consumidor chapecoense precisa de 1,39 salários mínimos para adquirir o cesto em junho, enquanto era necessário 1,43 no mês anterior. Os dados fazem parte da pesquisa que é realizada mensalmente pelo curso de Ciências Econômicas da Unochapecó em parceria com o Sindicato do Comércio da Região de Chapecó (Sicom).
Os dados foram coletados nos dias 01 e 02 de junho, em dez estabelecimentos comerciais de Chapecó, levando em consideração o consumo de famílias que recebem de um a cinco salários mínimos, conforme a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF). Neste mês, a batata-doce foi o produto que apresentou a maior redução percentual de preço (-35,81%), seguida pela cenoura (-31,44%). Segundo comerciantes locais, as variações observadas nesses dois produtos têm relação com uma elevação da oferta pelos produtores locais, o que acabou pressionando os preços desses bens para baixo.
No lado oposto, o produto que registrou o maior aumento de preço em termos percentuais foi o aparelho de barbear descartável. Este produto já havia apresentado redução de preço nos dois meses anteriores, acumulando a variação de -9,63%. Assim, o aumento deste mês pode estar relacionado a uma provável diminuição da demanda nos meses anteriores, em que houve um período com diversas atividades suspensas no município e o isolamento social, o que pode ter gerado menor preocupação com a parte estética. Além disso, os aparelhos são importados e, dessa forma, a alta do dólar nos últimos meses pode ter refletido no aumento de preços.
Segundo as informações de comerciantes locais, o dólar também seria o motivo por trás do aumento no preço da massa com ovos, que foi o segundo produto com a maior elevação (12,63%). A alta do dólar teria influenciado no preço do trigo, que é em grande parte importado, ou seja, encarecendo uma das matérias-primas da massa.
Em junho, a variação monetária do custo do cesto básico foi de - R$ 38,73 para os consumidores. Em maio, o valor necessário para adquirir o cesto era de R$ 1.484,10 e neste mês o valor necessário é R$ 1.445,37. Já na comparação com os últimos doze meses, houve aumento no preço do cesto. No mês de junho de 2019, o custo do cesto básico era de R$ 1.386,54, que representa uma elevação de 4,24% no custo do cesto nos últimos 12 meses.
Ao analisar separadamente os grupos que compõe o cesto básico, o dos produtos não alimentares foi o único a registrar aumento. Neste mês, os preços dos produtos deste grupo alcançaram a soma de R$ 112,79 para os consumidores, representando um aumento de 1,05% em comparação a maio, também havendo aumento de 2,90% em relação a junho de 2019. Em uma análise mais centrada deste grupo, encontra-se que o subgrupo dos produtos de higiene apresentou elevação (3,41%), enquanto o subgrupo dos materiais de limpeza registrou redução (-2,06%).
O grupo dos produtos alimentares foi o que registrou a maior redução de preços neste mês (-3,52%), porém, apresentando variação positiva nos últimos 12 meses (4,01%). Nos subgrupos dos produtos alimentares, vê-se que uma parte considerável desta queda está ligada ao subgrupo dos produtos in natura, que foi o subgrupo que apresentou a maior variação negativa (- 9,79%), vindo em sequência o subgrupo dos produtos semi-industrializados (- 2,12%), e posteriormente o dos produtos industrializados (-0,18%).
Sobre o grupo dos tarifados, houve recuo nos preços pelo segundo mês consecutivo. Neste mês, os itens chegaram a um preço para o consumidor de R$ 315,96, uma variação de -0,89% em comparação a maio. Os preços do gás de cozinha e da tarifa de água não apresentaram variações, o que revela que a energia elétrica foi a responsável por esta redução, apresentando uma variação de -3,40%. Essa queda ocorreu devido à redução das taxas do PIS e Confins. Também é interessante destacar que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu manter a bandeira tarifária verde até dezembro de 2020 em função dos impactos da pandemia em toda a economia, que afetaram o consumo de energia elétrica de forma significativa, segundo a própria Aneel.
CESTA BÁSICA TEM REDUÇÃO
A cesta básica é a síntese dos preços de treze dos principais produtos que compõem o cesto básico: açúcar, arroz, café moído, carne bovina, farinha de trigo, feijão preto, leite, banana, margarina, óleo de soja, pão francês, batata inglesa e tomate.
O custo da cesta básica seguiu a queda do cesto e apresentou variação de -3,18% em relação ao mês de maio. No mês anterior, a cesta custava R$ 363,85 e, para este mês, o custo da cesta básica reduziu a R$ 352,30. Assim como o cesto básico, também houve crescimento no custo em relação ao mesmo período no ano anterior, junho de 2019, em que o custo da cesta básica era de R$ 351,63, representando uma variação de 0,19%. Com esta redução, os consumidores, que precisavam de 0,35 salário mínimo para adquirir a cesta básica em maio, precisarão de 0,34 para adquiri-la neste mês.
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