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Nuvem de gafanhotos na Argentina também ameaça plantações no Oeste de Santa Catarina

Por: LÊ NOTÍCIAS
24/06/2020 09:45 - Atualizado em 24/06/2020 09:46
Senasa/Reprodução Campo de alerta é do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina Campo de alerta é do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina

Uma nuvem de gafanhotos que já atingiu lavouras no Paraguai e se concentra atualmente na Argentina pode chegar ao território brasileiro, ameaçando plantações e pastagens do Sul do Brasil. O gafanhoto conhecido como sul-americano tem como hábito a formação de massas migratórias e pode viajar até 100 km por dia.

Monitoramento desta terça-feira (23) aponta que os animais se concentram na região argentina de Santa Fé, a 250 km da fronteira com o Rio Grande do Sul. O alerta de proximidade às autoridades brasileiras chegou pelo Senasa (Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina).

Um mapa divulgado pelo serviço argentino mostra áreas em que a nuvem pode chegar. A fronteira Oeste do Rio Grande do Sul é demarcada como zona de perigo; parte da divisa entre o estado gaúcho e Santa Catarina e áreas do Paraguai que fazem divisa com Paraná são consideradas regiões de precaução.

O grupo destaca, porém, que a direção dos ventos e as condições climáticas favorecem o Brasil e levam a crer que a nuvem está se deslocando para o sul da Argentina e para o Uruguai.

Técnicos do governo argentino detectaram que os insetos, de até 15 cm de envergadura, entraram no país pelo Paraguai, nas províncias de Formosa e Chaco, onde há produção de mandioca, milho e cana-de-açúcar.

Em uma das áreas, a nuvem de gafanhotos chegou a 10 km de extensão. Um quilômetro quadrado da nuvem comporta ao menos 40 milhões de bichos. Eles podem comer em apenas um dia pastagens capazes de alimentar 2.000 vacas.

Nuvem de gafanhotos na área no distrito de Lanteri, na Argentina; avanço dos bichos coloca autoridades argentinas e brasileiras em alerta (Foto: Governo de Córdoba)

Ele explica que a seca registrada nos últimos meses na região, com a consequente falta de alimentos para os insetos adultos, condicionou a migração dos gafanhotos. “O melhor seria combater esse tipo de praga enquanto elas são ninfas [mais jovens]”, diz.

Nava afirma que, pelo monitoramento, são poucas as chances de os gafanhotos chegarem ao Brasil. “Com a direção dos ventos e uma frente fria que está vindo para o estado, levando as temperaturas para abaixo de zero, é provável que os gafanhotos dispersem”, avalia.

A mesma condição climática favorável é descrita pelo meteorologista da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, Flávio Varone. “A tendência de queda nas temperaturas e a previsão de chuva para o estado nesta quinta-feira (25) tendem a amenizar o risco de dispersão da praga.”

De qualquer maneira, o Ministério da Agricultura e outras instituições brasileiras estão orientando produtores a relatarem eventuais registros dos insetos às autoridades.

A Coordenação-Geral de Proteção de Plantas do ministério afirma estar acompanhando a situação em tempo real para minimizar impactos de eventual surto da praga no Brasil. O monitoramento se dá por meio do Grupo Técnico de Gafanhotos do Comitê de Sanidade Vegetal, que integra Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia.

Nava aponta para outro ponto favorável da região gaúcha mais próxima à nuvem de insetos: as plantações de arroz já foram colhidas. Mesmo assim, os bichos poderiam prejudicar culturas de inverno e, principalmente, pastagens. O pesquisador explica que somente inseticidas podem combater o gafanhoto.

As aplicações exigem cuidados, já que há riscos de contaminação. O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola colocou a frota de 426 aeronaves à disposição dos governos gaúcho e federal para conter o avanço da praga, caso seja necessário.


Com informações da Folha de São Paulo.


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