Deputado federal mais votado em Santa Catarina nas eleições de 2018, Hélio Costa mantém pleitos de campanha na Câmara dos Deputados. Empunhando a bandeira da Segurança Pública durante sua carreira de décadas no Jornalismo, recebeu 179.307 votos e chegou em Brasília com argumentos para quebrar regras tradicionais, mas percebeu dificuldades ao votar por convicção e não por definição partidária.
Em entrevista exclusiva concedida ao jornalista Marcos Schettini, o parlamentar comentou sobre o governo do presidente Jair Bolsonaro, explicou dificuldades enfrentadas no Congresso Nacional e se manifestou sobre o veto do coronel Araújo Gomes na Secretaria Nacional de Segurança Pública. Ainda, falou sobre seu partido, o Republicanos, e recomendou que Carlos Moisés faça um governo de coalização com a Assembleia Legislativa. Confira:
Marcos Schettini: Qual a sua visão sobre o Governo Federal?
Hélio Costa: Sobre o Governo Federal, minha expectativa era maior, no entanto, encontra dificuldade em diversos setores: político, seus filhos, alguns Ministérios. Por exemplo, na Saúde, o governo vinha desempenhando bem, entretanto, a pandemia fez com que perdêssemos o caminho. O SUS, sistema mal administrados nos governos anteriores, com muitos desvios e falta de investimento, mostrou-se despreparado para atender à população em meio a pandemia. Acredito que passando esse caos sanitário e econômico, o governo retomará o caminho.
Schettini: Jair Bolsonaro não é um atrapalhado?
Hélio Costa: Não. Porque o Governo Federal recebe pressão de todos os lados, o Brasil é presidencialista, o povo e os políticos querem que o governo resolva tudo. Sua personalidade é de rompantes, pois não aceita contrariedades politicamente dirigidas, isso o tempo pode corrigir, mas trata-se de uma pessoa idônea e comprometida.
Schettini: Por que o presidente é uma máquina de stress político e econômico?
Hélio Costa: Justamente pela cobrança que há sobre ele, não se esperaria nada diferente disso. A equipe econômica do governo é formada por economistas mundialmente reconhecidos, não há governo que em um ano conserte, dê rumo ao seu projeto. O Plano Real para robustecer levou dois governos, Lula já pegou um sistema montado. Jair Bolsonaro herdou um espólio colapsado.
Schettini: O que representa o seu mandato?
Hélio Costa: Concorri a eleição com o objetivo de me eleger para ajudar a colocar o país nos trilhos, mas quem manda na Câmara é o colégio de líderes, não são todos os líderes que trazem ao conhecimento de deputados de sua bancada os temas que entrarão em pauta. Na primeira reunião de bancada disse que votaria de acordo com minha consciência e não seria refém de líder. O que me impôs dificuldades.
Schettini: A vice-governadora Daniela Reinehr foi contra a indicação do cel. Araújo para a Segurança Nacional. O que isso quer dizer?
Hélio Costa: Traduz um erro, pois o comandante foi construído como pré-candidato a prefeito de Florianópolis pelo governador, mesmo ele não se apresentando assim. Ele foi barrado pela ala ideológica. Eu considero um oficial preparado para assumir a Senasp. Ocorrendo isso, em Brasília, o nosso Estado estaria bem representado.
Schettini: O governador Carlos Moisés é outra máquina de trapalhadas. Por que SC vive isso?
Hélio Costa: A dificuldade desse governo passa, em boa parte, por seu staff de secretários, estes sem conhecimento e experiência. Além disso, o governo não se empenhou na articulação com os parlamentares da Assembleia Legislativa, diferentemente do Governo Federal que mudou a postura. O comandante Moisés deveria empenhar-se num governo de coalização, alargando sua base parlamentar na Assembleia.
Schettini: O Sr. tem destinado recursos para muitos municípios. Qual a prioridade destes repasses?
Hélio Costa: Nas áreas da Saúde, Educação e Segurança Pública.
Schettini: O Republicanos é um partido que cresce com força. Por que seu filho não é filiado?
Hélio Costa: Ele foi filiado. No entanto, prometeram-lhe a vice-presidência estadual do partido, mas isso não foi cumprido. Com isso, ele optou por outro caminho partidário.
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