Tudo certo para dar errado
Carlos Moisés conseguiu contrair tudo o que há de pior em cada tempo. Não acerta uma só nota. Seu violão não tem a afinação do diapasão político. Toca para si e imagina-se vencedor no Festival da Canção. Enquanto o desastre do seu mandato segue morro abaixo, contrai coronavírus em um cenário vietnamita que o ciclone bomba provocou. Não é capaz de atrair o presidente da República porque, vazio, não tem força para tal. Precisa que ele pise em SC exatamente pelas vias indiretas porque sua fragilidade exalta. Ele não pode ir conversar com Jair Bolsonaro que vai passar pelo Estado longe para não ser contaminado. Até porque, pela força da Justiça, pode transitar sem máscara. Imagina a cena. Um por ter um preparo físico, não pega nunca, e o outro, em apneia, está mergulhado em um escândalo que o Estado nunca viu. Hollywood não pode perder um filme destes.
OPORTUNA
Daniela Reinehr aproveita o distanciamento de Carlos Moisés para fazer política. Ela sabe da indiferença de Jair Bolsonaro com o governador e assume, mesmo sem protocolo oficial, o papel de governadora interina. Coronavírus aliado.
FATO
A vice tem aproveitado a doença do governador para os dividendos políticos. Quer impressionar nas relações e mostrar uma líder que deseja fazer a diferença que o titular não tem tido. Se a vinda de Bolsonaro é um achado, assumir o protagonismo é fato.
BARULHO
Tudo o que a vice precisava neste momento foi o ciclone bomba. A presença de Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Damares Alves, dos Direitos Humanos, que levaria ao presidente o pedido de apoio, agora será tête-à-tête. Nos ouvidos de Bolsonaro.
NARRAÇÃO
Daniela vai falar ao presidente que é inocente na questão do aumento aos membros da PGE e que, com o governo na mão, ele teria uma aliada total em SC. Quer a força de Jair Bolsonaro para jogar Moisés pela janela em oportunidade única.
ENTÃO
Neste momento em que Jair Bolsonaro tem fragilidade demonstrada, o gesto de sua presença é mais para salvar a própria imagem que olhar as laterais do campo. Se Daniela Reinehr está certa em buscar este abrigo, ele de ignorar. SC é assunto da Alesc.
LEX
O pedido de impeachment que engrossa na Alesc, tem as digitais da vice. Ela, completamente um desastre politicamente natural, é incapaz de ser governadora. Sua patetice demonstrada, tem neste desejo um ego salto 15. SC não é desfile de ocupação. Rasgou a Constituição.
ELES
Os 40 deputados, exceção de um ou outro, tem em mãos a Carta de SC. A verdadeira Carta. Não aquela patética elaborada, por terceiros, que a vice enviou ao seu igual cheia de mentiras que, oportunista, quis ganhar no sentimentalismo oco. Lei é para ser cumprida.
INGRATIDÃO
Daniela ria como uma criança frente ao bolo. Olhou-se, como em um filme rebobinado, a evolução de sua vida. Foi no gesto de Moisés, dando a ela o comando do Estado, que sentiu-se existida. Foi ao espelho e viu, no reflexo, uma posse nunca imaginada.
CARTA
Aquela carta, pobre por sinal, não contou tudo. Omitiu uma vida evasiva e desconexa com a sociedade. É que percebe-se oca, sem liderança, apenas um erro eleitoral que, somente por disputar, acabou chegando pelas circunstâncias e não pela história.
VAZIA
Não há um só registro, seja na história de SC ou pessoal, que demonstre uma elevada altura de seu papel de mulher líder, lutadora, ofensiva contra as injustiças, que possa dar crédito à chegada onde, agora, se encontra. Daniela Reinehr é, apenas, Daniela Reinehr.
SOCORRO
A vice Daniela, acompanhada de 12 seguranças, foi a São Joaquim e Urubici fazer nada nestes dias. Transitou pelos municípios da Rota da Neve sem ter qualquer ação que justificasse este turismo de época. Valeu pela agenda que, com SC pagando, é fácil.
Rua São João, 72-D, Centro
AV. Plínio Arlindo de Nês, 1105, Sala, 202, Centro