Imagine uma fábrica onde tudo ocorre como planejado, com processos de produção eficientes, autônomos e customizáveis. Isso é possível com a nova onda da Revolução Industrial, que ganha denominações como indústria 4.0, internet industrial, indústria avançada ou manufatura avançada. O assunto foi abordado nessa quarta-feira (29), em Chapecó, durante a palestra Entendendo a Indústria Avançada, apresentada pelo diretor regional do Senai/SC Jefferson de Oliveira Gomes, que também é professor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A palestra integrou a programação do Despertar 4.0, a iniciativa que ocorre nessa semana em Chapecó com o objetivo de sensibilizar empresários e trabalhadores sobre o tema. Promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/SC), entidade da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), o evento ofereceu de forma gratuita cursos especiais direcionados a adolescentes, mulheres e profissionais a partir de 40 anos.
A indústria 4.0 tem como base a digitalização, inteligência artificial, sensoriamento, robótica colaborativa e manufatura híbrida. De acordo com Gomes, isso mudará não apenas a forma de produção, mas os valores para as empresas e as pessoas. “Um exemplo é o trabalho home office. As organizações poderão medir a produtividade”, comentou. Na opinião de Gomes, as novas tecnologias promoverão profundas mudanças no mercado de trabalho. Ele destacou que o novo modelo exigirá alterações na legislação trabalhista, flexibilizando aspectos como o trabalho conjunto de homens e máquinas – dado o crescimento esperado da presença de robôs colaborativos – e terceirização. “Aquelas funções que não queremos para nossos filhos serão realizadas por máquinas”, previu.
Gomes observou que 30% dos empregos atuais não existiam dez anos atrás e 65% das crianças hoje executarão empregos que não existem atualmente. Com o intuito de preparar as pessoas para esse novo mercado de trabalho, o diretor do Senai/SC enfatizou que a educação é fundamental. “Precisamos de um novo formato de educação que seja atrativo para os jovens e que inclua os mais experientes na tecnologia”, avaliou.
Na indústria 4.0, as decisões passam a ser tomadas sem a participação humana, a partir da conexão entre máquinas, plantas fabris, matérias-primas e o produto final. Gomes reforçou que a robótica tem avançado intensamente e a tendência é reduzir os custos. Essas mudanças devem ocorrer até 2020. “Pode parecer algo muito distante, mas várias dessas tecnologias já estão sendo usadas. Nos próximos anos, elas serão aprimoradas e consolidadas”, finalizou.
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