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Epidemia de sífilis preocupa Hospital Regional São Paulo

Por: LÊ NOTÍCIAS
31/03/2017 14:43
Profissionais da Amai receberam orientações (Foto: HRSP) Profissionais da Amai receberam orientações (Foto: HRSP)

O Brasil vive uma epidemia de sífilis, doença sexualmente transmissível. Segundo o Ministério da Saúde, entre junho de 2010 a 2016 foram notificados quase 230 mil casos novos da doença. A transmissão de gestantes para bebês, chamada de sífilis congênita, é atualmente o principal problema. No Hospital Regional São Paulo, em Xanxerê, o número de diagnósticos da doença cresceu e se tornou preocupante. Por isso, médicos e enfermeiros que trabalham nas Unidades de Saúde dos municípios da AMAI e que acompanham o pré-natal de grande parte das gestantes atendidas no HRSP, receberam orientações sobre o assunto.

Conforme a enfermeira supervisora do Núcleo Interno de Vigilância Epidemiológica, Maiara Tosatti, durante o ano de 2016 se verificou o aumento significativo das notificações de sífilis. “Durante as reuniões do Comitê de Investigação de Óbito, que é realizado juntamente com a enfermeira da Regional da Saúde, o médico da Unidade de Saúde e a Vigilância Epidemiológica de Xanxerê, foram verificados alguns óbitos fetais que tiveram como causa a sífilis. Os médicos do hospital também vieram nos trazer as suas angustias e preocupações sobre a doença”, explica.

Para se ter uma ideia do avanço da sífilis congênita um levantamento dos partos realizados no HRSP aponta que em 2015 foram notificados 11 casos da doença. Um ano depois o número subiu para 27. Já este ano, em menos de três meses, foram notificados 11 casos. Com base nos dados, o HRSP propôs à Regional de Saúde um evento ao qual os médicos e enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde da região AMAI, recebessem uma capacitação sobre sífilis, afim de propor melhorias no atendimento principalmente da gestante com sífilis e de seu parceiro.

A enfermeira argumenta ainda que a palestra procurou expor para os presentes a realidade da epidemia da sífilis no atendimento hospitalar, “bem como alertar sobre os cuidados que devem ser redobrados no atendimento da ponta, além de refletir sobre possíveis mudanças que a atenção básica pode fazer para diminuir este ciclo da doença”.

O evento aconteceu no auditório do hospital. A enfermeira da Gerência Regional de Sáude, Marisa Matiollo, explanou sobre os casos na região. Em seguida, a ginecologista e obstetra, Candice Bocaccio Sperb, e a pediatra Vanusa Hagel, falaram sobre a epidemia da doença e as consequências da sífilis congênita.

Crescimento da sífilis congênita no país

Os índices registrados pelo HRSP refletem um problema que ocorre em todo o país, já que a doença avançou de uma forma nunca antes vista. A taxa de bebês com sífilis congênita no país em 2015 foi de 6,5 casos a cada mil nascidos vivos, o que é 13 vezes mais do que é tolerado pela Organização Mundial de Saúde e 170% a mais do que o registrado em 2010.

A Organização Mundial de Saúde, OMS, estima que cerca de 900 mil grávidas sejam infectadas com a sífilis a cada ano, resultando em 350 mil nascimentos com problemas, segundo dados de 2012.

A doença

Sífilis é uma doença infecciosa sexualmente transmissível causada por uma bactéria. Se não tratada, pode atingir o cérebro e o coração, levando o paciente à morte. Na sífilis congênita, os bebês podem sofrer malformações no sistema nervoso, perder a visão ou a audição e até mesmo morrer.

A doença tem três estágios. No primeiro, cerca de três semanas após o contágio, pode aparecer uma ferida chamada “cancro duro” na parte do corpo exposta à bactéria, normalmente o pênis, a vagina, o ânus ou a boca. A ferida não causa dor, por esse motivo em muitos casos o paciente não dá atenção ao fato.

No segundo estágio alguns pacientes apresentam manchas vermelhas nos pés e mãos. Dor de cabeça e muscular, além de febre e falta de apetite. O terceiro estágio, e mais grave, surge anos após a infecção e pode causar lesões maiores na pele, boca e nariz; problemas em órgãos internos e outros sintomas.

O tratamento em todos os estágios é feito à base de antibióticos, como a penicilina. O uso de preservativos durante as relações sexuais é a única maneira de prevenir a doença.


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