Por Fernando Marcondes de Mattos*
O coronavirus está com seus dias contados. Com essa percepção, melhora o astral dos mercados ao redor do mundo e os analistas reveem suas projeções para melhor. A recuperação dos mercados de capitais, com empresas como a Amazon, Microsoft e até a nossa WEG, negociam no topo histórico, indicando um consenso otimista de mercado sobre a recuperação econômica. Em um só dia, 6 de julho de 2020, com liquidez sem precedentes na economia global, empresas brasileiras anunciaram captações que podem superar R$ 15 bilhões. Cinco das seis companhias brasileiras, que fizeram recentemente suas ofertas iniciais de ações (IPO) na Nasdaq e na Bolsa de Nova York, estão com os preços dos seus papéis bem acima dos definidos na época da oferta. Ibovespa, depois de alcançar 119.628 pontos em 23/01/2020 e mergulhar para 63.570 em 23/03/2020, já alcança os 100.000 (marca emblemática) e presume-se que volte aos 120.000 pontos até final deste ano.
As melhores projeções preveem uma retração da economia brasileira neste ano por volta de 5%, e um crescimento entre 4% e 5% em 2021, iniciando um ciclo de expansão que poderá ser brilhante se realizadas algumas reformas julgadas possíveis, como a tributária que deverá acontecer ainda neste ano.
Com o que já se sabe, o Brasil deverá ser um canteiro de obras nos próximos anos, bancado pela iniciativa privada, sobressaindo-se no mundo ocidental. Com o novo marco legal de saneamento, por exemplo, entre R$ 500 e R$ 700 bilhões serão investidos nos próximos sete, talvez dez anos. Por outro lado, o portfólio de concessões em obras de infraestrutura (rodovias, ferrovias e portos) movimentará em investimentos algumas centenas de bilhões de reais. Por sua vez, as privatizações de aeroportos e empresas federais alavancarão significativos investimentos, contribuindo para a expansão e a modernização do quadro econômico brasileiro. Todo esse arrojado elenco de projetos está se tornando realidade graças a dois componentes indispensáveis na expansão da economia de qualquer país: a segurança jurídica, medida pela fortaleza das suas instituições e consistência dos marcos regulatórios, e responsabilidade fiscal, consubstanciada na clara e firme aplicação dos instrumentos clássicos de gestão eficiente dos recursos públicos, que a equipe econômica atual domina com brilho.
A taxa Selic de 2,25% revolucionará a economia de forma sem precedentes, e até incalculável, estimulando a expansão dos setores produtivos e viabilizando o aumento do consumo das famílias, com o que o lado da oferta e o lado da demanda caminharão favoravelmente. Destaque especial merecem os reflexos que terá na construção civil, num país com déficit de 10 milhões de moradias. Somente em decorrência da taxa Selic nesse nível, cinco milhões de famílias poderão ter acesso à aquisição de moradia própria em apartamento de R$ 200 mil.
É de se supor que os investimentos e a taxa baixa de juros terão forte impacto na geração de empregos, sendo razoável imaginar uma taxa de desemprego na casa de 1 dígito nos próximos 5 anos, o que significará reduzir o desemprego à razão de 1 milhão de empregos por ano, sem dúvida um desafio gigantesco apesar das tecnologias substituidoras de mão de obra.
Sob o peso dos enormes interesses comerciais que cruzam os dois países, França e Brasil caminham para selar a paz e gerar confiança nas suas economias. Passo seguinte, surgirá a ratificação do acordo Mercosul x Mercado Comum Europeu, com repercussões gigantescas positivas nas trocas comerciais. Permeando e condicionando essas negociações, está em curso um tratamento pelo governo brasileiro à questão Amazônica que satisfaça a opinião pública mundial e os investidores estrangeiros, sendo que a proibição de queimadas na Floresta Amazônica por 120 dias, que será editada ainda neste mês, representa um passo histórico.
Ainda no tocante ao cenário mundial, é grande a expectativa de que o Brasil, já contando com o apoio dos Estados Unidos, faça formalmente parte da OCDE – composta de 36 membros e 5 parceiros estratégicos – em um prazo de até dois anos, cuja importância equivale ao país entrar na primeira divisão, sendo que dos pontos a serem cumpridos o mais crítico é a reforma tributária.
Como brasileiro, preocupado (desde os anos 60) com o desenvolvimento do meu país, e também como empresário, responsável por duas empresas e a manutenção de 1.500 empregos diretos, quero declarar que EU APOSTO NO BRASIL.
* Empresário
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