Federico Gutiérrez Zaluaga foi recepcionado em Chapecó com o mesmo amor com que tratou a nós brasileiros nos últimos meses do ano passado. O prefeito de Medellín, na Colômbia, veio acompanhando o Atlético Nacional que duelou contra a nova Chapecoense pela primeira partida final da Recopa 2017. No campo da Arena Condá, os jogadores de ambos os clubes demonstraram garra, mas a rivalidade não atingiu os torcedores como estamos acostumados. Verdade é que, no fundo, o resultado desta terça-feira, em que a Chape venceu por 2 a 1, pouco importou. O que todos queriam mesmo era ver justamente o show dentro e fora das quatro linhas: o do tão amado futebol e da reciprocidade firmada entre o Brasil e a Colômbia.
Como na vida tudo é lição, traz aprendizado e tem a nos ensinar, a tragédia com a delegação da Chapecoense, acontecida em 29 de novembro passado, em Medellín, também somou grandiosamente, pois ensinou a milhões sobre a brevidade da vida e importância da união entre os homens e povos. Mesmo que não da forma que gostaríamos – nem em sonho, a fatalidade com o voo da LaMia parece ter aproximado duas nações por toda a eternidade. Antes fomos nós que precisamos e até mesmo nos surpreendemos com a disposição e amor do povo colombiano; agora, que o país registrou graves deslizamentos no último domingo à noite – em que já há, pelo menos, 250 mortos e 200 desaparecidos contabilizados, nosso País e o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, colocaram-se à disposição dos colombianos para lhes serem úteis em quaisquer frentes que nos for possível ajudar.
Quando é que, se não fosse pela tragédia que vitimou 71 pessoas em terras governadas por Juan Manuel Santos, a cidade interiorana de Chapecó ofereceria tamanho apoio à Colômbia? O que não é, em si, uma crítica, já que tal distanciamento entre cidades e países é coisa natural, mas vale a reflexão. Tamanho é o entrosamento que, mesmo num momento tão delicado para a Colômbia, o prefeito de Medellín não cancelou a vinda a Chapecó.
Na cidade do Verdão do Oeste, Federico cumpriu agenda lotada de compromissos e homenagens que só vieram a solidificar ainda mais o elo entre brasileiros e colombianos. Cerimônias encerradas, cabe a nós nos solidarizarmos com a nova situação a ser enfrentada, agora por nossos novos melhores amigos, e tirar boas lições do que aconteceu no lar do Índio Condá.
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