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Entrevista | Peninha articula para disputar vaga na majoritária com Dário Berger em 2022

Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Com oito vitórias eleitorais consecutivas, Rogério Peninha Mendonça está no terceiro mandato na Câmara dos Deputados após passar 12 anos na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Filiado ao MDB há mais de 40 anos, o ex-prefeito de Ituporanga tem base eleitoral no Alto Vale do Itajaí, região na qual diz ter priorizado durante décadas como parlamentar.

Bem relacionado com Jair Bolsonaro quando ambos eram membros da Bancada da Bala, Peninha foi um dos maiores entusiastas pela eleição do capitão reformado do Exército Brasileiro nas eleições de 2018, com bandeiras armamentistas e de autodefesa.

Peninha ganhou projeção nacional ao ser autor do projeto de lei 3722/12, que ainda tramita na Câmara dos Deputados e altera a legislação sobre armas e munições no Brasil, revogando a Lei nº 10.826/2003, conhecida como Estatuto do Desarmamento.

Em entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini, o congressista falou de Carlos Moisés, defendeu o mandato de Jair Bolsonaro e disse que não irá mais disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Dentro do MDB, Peninha articula candidatura de Dário Berger ao Governo do Estado em 2022 com intenção de ocupar uma das três vagas à majoritária. Confira:


Marcos Schettini: O que o Sr. espera do presidente Jair Bolsonaro?

Rogério Peninha Mendonça: Espero que ele continue pondo em prática aquilo que prometeu na campanha. Que mantenha o foco no combate à corrupção, que devolva protagonismo ao Brasil nas relações comerciais e que dê liberdade para as pessoas empreenderem e tocarem a sua vida, sem as amarras do Estado. Mais do que “esperar”, tenho buscado “ajudar” na construção desses pilares.


Schettini: Ele não levou muito em brincadeira a força da pandemia?

Peninha: Não vejo dessa forma. Num momento difícil como o que estamos passando, é papel de um líder tomar as precauções necessárias para que não haja pânico, desespero, caos. Esta é a mensagem que Bolsonaro sempre quis passar. E, enquanto isso, sua equipe econômica fez um brilhante trabalho. Mais de 10 mil leitos de UTI já foram habilitados, também foram entregues aos estados 183 milhões de equipamentos de proteção individual e mais de 860 mil medicamentos para intubação. Sem contar os mais de R$ 200 bilhões destinados para o auxílio emergencial. O Governo, definitivamente, não está levando na brincadeira a pandemia.

Schettini: Como o Sr. avalia o governo de Carlos Moisés?

Peninha: Falta habilidade ao governador para conduzir um Estado pujante como o nosso. Assumir as rédeas de um dos maiores PIBs do País requer mais perícia do que comandar um quartel. Mas vejo nele uma pessoa bem-intencionada e torço muito para que acerte o passo. Tempo para isso, há. Basta que haja também humildade para aprender com os erros e sabedoria para recomeçar.


Schettini: O impeachment que ele e a vice podem sofrer, é justiça ou perseguição?

Peninha: Cabe à Assembleia Legislativa fazer este julgamento. São os deputados estaduais quem terão que fazer esta análise.


Schettini: O Sr. tem afirmado que vai sair da vida pública? Por quê?

Peninha: Não pretendo sair da vida pública, apenas não concorrerei mais a deputado federal. Tenho três mandatos na Alesc e mais três na Câmara dos Deputados. A renovação é saudável e muito importante para a democracia, é nisto que acredito. Chegou a hora de passar o bastão a alguém mais novo, que tenha pique para continuar o trabalho que desenvolvi no Parlamento. Eu buscarei um espaço na chapa majoritária em 2022.

Schettini: Quem deverá ser o candidato à sua sucessão?

Peninha: O deputado Jerry Comper e eu reuniremos as lideranças do MDB, e elas é quem escolherão o candidato. Eu tenho estimulado meu chefe de gabinete, o Rafael Pezenti, a entrar na disputa. Ele é novo, inteligente, conhece bem a minha região e está comigo há 12 anos. Não precisaria de tempo para descobrir os caminhos em Brasília, porque me ajudou a desbravá-los. É uma ótima opção, mas, como disse, não haverá imposição. O nosso partido é quem escolherá o candidato.


Schettini: Sua voz foi forte em favor de Bolsonaro. Está decepcionado?

Peninha: Pelo contrário, estou motivado. Sempre soube que não seria de uma hora para outra que todos os problemas do País se resolveriam. Acredito que Bolsonaro está no caminho certo, tanto é que sou vice-líder do Governo no Congresso Nacional para auxiliar nesta empreitada.


Schettini: O MDB olha estas municipais com quais olhos para 2022?

Peninha: Não só o MDB, como todos os partidos. Infelizmente. Porque eu defendo que as eleições sejam unificadas, de forma a escolhermos todos os cargos, de vereador a presidente, em um dia só. Da maneira que está, o Brasil funciona um ano e para no outro, num ciclo que se repete eternamente. A legislação eleitoral breca uma série de investimentos necessários para destravar o País. Precisamos parar de fazer política pensando sempre na próxima eleição. É a próxima geração quem deve nos nortear.


Schettini: É correto afirmar que Sergio Moro pode dar uma rasteira em Bolsonaro em 2022?

Peninha: Não acredito que Moro vá disputar ao Planalto nas próximas eleições. E, se disputar, tem chances pequenas de vencer. A direita estará com Bolsonaro, a esquerda terá um candidato forte, o centro dividirá os votos entre Doria e outros nomes que aparecerão. Onde entra Sergio Moro nesta conta? Obviamente todo o cenário pode mudar de um dia para o outro, mas, analisando com os fatos que temos até aqui, o ex-ministro dificilmente chega ao segundo turno.

Schettini: Por que o Sr. nunca quis disputar uma majoritária estadual?

Peninha: Sempre priorizei a minha base eleitoral, retribuindo o carinho de oito eleições seguidas, disputadas e todas vencidas, com muitos recursos para obras e ações. Percorra as cidades da minha região e você não andará 500 metros sem que observe uma obra feita graças ao nosso trabalho e articulação. Sempre foi este o meu foco. Agora vejo que chegou a hora de dar um passo à frente, e buscar fazer por toda Santa Catarina o que consegui fazer pelos municípios que represento como deputado.


Schettini: O ex-deputado Mauro Mariani não teria que ser um nome para 2022 devido ao trabalho do MDB em 2018?

Peninha: Se o Mauro quisesse disputar a eleição em 2022, teria meu voto e meu empenho. Seria eu o seu cabo eleitoral mais entusiasmado. Mas ele optou por se retirar da vida pública neste momento, abrindo espaço para que o senador Dário Berger seja o nome do MDB. Dário é consenso no partido. Foi um prefeito realizador, está fazendo um trabalho bom no Senado e, acima de tudo, é bom de voto. Dário Berger deverá ser o nosso candidato a governador.


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