Por quem os sinos dobram
Ernest Hemingway, com sua melhor obra, narrando a guerra civil espanhola, viveu na carne os horrores do combate que, em livro, traduziu a pergunta que clama a humanidade para responder em que vale, de fato, uma batalha. Embora um romance levado à 7ª Arte, conta a história da missão de um professor de espanhol que, exímio no uso de explosivos, recebe a missão de explodir uma ponte. Ponte tem sido, em tese, o único caminho para que o atual governo, insistente, explodiu, queimou, para evitar que seus adversários passassem por ela. Na verdade, muitas delas foram destruídas pela intolerância de convivência e respeito. Não foi somente o erro disso, mas como foi conduzida para não ser mais ponto de condição no mapa político. Foi aí, neste momento, que o marido de Késia errou. Apoderou-se do governo no pior estilo de exclusão de relacionamento, desconfiança e diálogo. Fora isso, brincando de governador sem olhar para quem clamou por sua presença. Exilou-se do Governo Federal, puxou tapetes de aliados, empresários, cidadão. Os sinos calaram-se depois daquele banho de água fria na saída da Alesc no primeiro dia do ano. Agora vai voltar a tocar depois do impeachment. Porque a cassação é política, não perseguição. Foi esta última palavra que Carlos Moisés mais usou ao afirmar ser da nova política. Perseguiu o boa conversa e diplomacia pelo estilo truculento de Odin. No martelo nos dedos.
AFUNILAÇÃO
Com a apresentação do relatório da CPI ontem, o governador vai sendo encurralado ao canto da parede até que, no momento ideal, é levado à guilhotina política. Embora a sua parceira patética de chapa tenha ficado fora, respira por aparelhos. Não os fantasmas.
FANTASMAS
Sobrevoam a Casa d’Agronômica e, uivando assustadora e continuadamente, não deixa o casal Silva dormir. O eco da cassação e o barulho da CPI, tiram-lhes o sono. Comandante indisciplinado, paga pela incompetência dos súditos. Ali, só Paulo Eli e Paulinha salvam a tropa.
EFICIÊNCIA
Paulo Eli está ao lado da Mesa do governador que diariamente, vê a agonia do chefe à tira colo. A habilidade com números, enche o Cofre de Erário da Silva meses seguidos. Funcionário de carreira, o secretário da Fazenda tem tudo para continuar depois da degola.
HABILIDOSO
Da célula de Eduardo Pinho Moreira, o secretário da Fazenda equilibrou o que, no total, Moisés é um desastre comprovado. Com o tropeço logo à frente da chapa do caos, Paulo Eli se firma como padrão de excelência. O marido de Nicole Torret tem amizade pessoal com o Leão do Fisco.
ELA
A deputada Paulinha tem tudo que um governador precisa para exercer com força a Liderança do Governo. A deputada exala simpatia, boa conversa e habilidade que Carlos Moisés nunca percebeu. O que ele não viu nela, deu a Jorge Tasca. O secretário da Administração age às costas.
DESRESPEITO
Quando o governador põe Jorge Tasca para trabalhar à sombra de Paulinha, ele comete dois novos erros nesta represa de incompetência. Um é desacreditar em quem tem mandato e, o outro, apitar em quem já é condenado pela força da CPI.
FIRMEZA
A deputada trabalhista tem o que Tasca jamais teria. E, para quem é inteligente o suficiente, sabe que militar joga na resposta do taco de beisebol. Enquanto a parlamentar, no perfume da simpatia e feminilidade. Paulinha é a líder do governo errado. Teria mais força em outro.
CONDENADOS
Entre todo o lote já condenado pela CPI, Jorge Tasca é o que mais sai com suas patentes como as vísceras de um animal abatido. Militar arrogante, se atreveu a enfrentar os membros da Comissão como que seus soldados. Ali, sua soberba foi a pitada do tropeço.
FERIDO
Sem habilidade política nenhuma, Jorge Tasca entrou Gulliver e saiu pigmeu diante da força política do Parlamento. Imaginou-se na caserna ressoando uma voz alta, é verdade, mas de soluço administrativo. O que aprendeu com o colégio militar, mostrou notas vermelhas na CPI.
DIPLOMATA
Sendo substituto pleno no governo sem secretaria de Governo, Jorge Tasca foi míope. Ele teria tudo para assumir a diplomacia ao lado de Paulinha, a deputada charmosa disponível. Quando demonstrou inabilidade total, queimou o boletim escolar.
PERFUME
Paulinha é reconhecida dentro do Parlamento. Porção feminina da bancada do batom, foi escolha perfeita de Moisés para não deixá-la trabalhar. Escolheu, mas não habilitou. A deputada é rica em talento e boa confiança. Foi mais uma rosa vermelha, diga-se, no jardim sem água do governo.
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