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A política, pelos defeitos

Por: LÊ NOTÍCIAS
11/04/2017 08:52 - Atualizado em 11/04/2017 08:52
(Foto: Extra Comunica) (Foto: Extra Comunica)


Por Hugo Paulo Gandolfi de Oliveira

Jornalista, professor universitário


A política, no conceito de Aristóteles, como uma ciência suprema, tem ligação essencial com a moral, com a visão do coletivo e vê no Estado a virtude como fim, praticada para investigar a melhor forma de governo para que os cidadãos tenham vida feliz. Se formos analisar a política feita na atualidade, pela grande maioria dos políticos brasileiros, seja nos municípios, nos Estados ou na União, há uma crescente e contínua queda na concepção da filosofia e da prática política.

Olhando os nomes que vemos atualmente no cenário, podemos lacrimejar ao lembrar de lideranças da qualificação de Leonel Brizola, Ulysses Guimarães, Teotônio Vilella, Paulo Brossard, Franco Montoro e Pedro Simon, entre outros. Se formos mais além, ao rememorar nomes como Rui Barbosa, Getúlio Vargas, João Goulart e Juscelino Kubitschek, a vontade, então, é de chorar um riacho de lágrimas. Foram homens públicos que estiveram sempre nas páginas políticas dos jornais e nunca se avizinharam das páginas policiais, como tornou-se agora corriqueiro.

Hoje temos parlamentares e outras autoridades que têm seus nomes em ambas as editorias. Aliás, se fôssemos filtrar algumas páginas de determinados meios de imprensa, muito do que está na editoria de política deveria migrar para a editoria de polícia.

Homens públicos do passado faziam política com a vista para o longo prazo ou, no mínimo, para o médio prazo. Doavam-se, enquanto hoje são inúmeros os que buscam “doações”, especialmente nas vergonhosas campanhas políticas, grande fonte corruptiva.

A política, naquele bom tempo, não era como agora, quando vivemos a política do “hoje para amanhã”, ou a política do ontem, dos conchavos para livrar da cadeia quem mal fez no passado. Temos os jovens ladrões e aqueles quase que mumificados no Congresso, ou ao redor dele, como se a Casa Legislativa fosse uma tumba. É claro que a generalização não pode ser uma regra, porque nos tempos idos também existiam políticos ruins e agora temos, também, aqueles que são bons. Porém, hoje, no Legislativo e no Executivo, há governantes que pensam apenas no tempo do mandato. E olha lá! Falta visão de futuro, de país grande, de Nação perante o mundo. Que dirá, então, se fossemos esperar desses néscios uma visão aristotélica da política, amarrada com a moral, a virtude, o bem coletivo.

Com a maior desfaçatez, há políticos que se transformam em larápios, perdem o pudor, exercitam o deboche, somente cuidam da própria sobrevivência. Como quadrilhas, agem sem vergonha, literalmente, e as práticas não têm mudado quando mudam os governos. Passa o tempo e há homens públicos que não se emendam, não passam para o lado virtuoso da política. Basta analisarmos o histórico das operações da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça Federal para contextualizar a repetição de nomes e de práticas, como se fossem ervas daninhas crescendo. Isso porque, para quem tem as mãos sujas, difícil é limpá-las, e não se pode esperar grandeza de homens que, ética e moralmente, são pequenos.



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