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Entrevista | Engenheiro Carlos Alberto Kita Xavier apresenta propostas para buscar novo mandato no Crea-SC

Por: Marcos Schettini
30/09/2020 16:56
Divulgação

Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho, Carlos Alberto Kita Xavier é candidato à presidência do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina, que terá eleições nesta quinta-feira, 1° de outubro, simultaneamente com os demais conselhos estaduais e federal.

Presidente por duas gestões, Carlos Alberto Kita Xavier concedeu uma entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini para apresentar os motivos pelo qual pretende ser eleito para um novo mandato. Falou do papel do Crea na vida do cidadão, da importância da engenharia para a infraestrutura de um país, da influência da agronomia na produção de alimentos e sobre o futuro das profissões. Confira:

Marcos Schettini: Qual é o papel do Crea para a cidadania? A engenharia tem que responsabilidade na qualidade de vida?

Carlos Alberto Kita Xavier: De acordo com a Lei 5194/1966, as profissões de engenheiro, engenheiro-agrônomo e das geociências são caracterizadas, entre outras coisas, pelas realizações de interesse social e humano que importem no aproveitamento e utilização de recursos naturais; meios de locomoção e comunicações; edificações, serviços e equipamentos urbanos, rurais e regionais, nos seus aspectos técnicos e artísticos; desenvolvimento industrial e agropecuário. Portanto, a engenharia tem papel fundamental tanto para que a cidadania aconteça como na garantia da qualidade de vida das pessoas. Não há cidadania ou qualidade de vida sem acesso à moradia digna, água e esgoto tratados, estradas seguras ou alimentação de qualidade... E são a engenharia e a agronomia que permitem que tudo isso se realize.


Schettini: Engenharia é uma profissão da elite e em favor dela ou é apenas preconceito?

Kita Xavier: Há muito tempo o acesso à educação superior deixou de ser exclusividade das faixas mais abastadas da sociedade brasileira. A realização de um curso de Engenharia exige afeição aos cálculos, aos desenhos, aos projetos... exige tempo e dedicação como qualquer outra área profissional. Engenharia é a conversão, viável econômica, ambiental e socialmente, de recursos naturais em bens úteis à sociedade. Portanto, a engenharia trabalha para o bem da sociedade, independente da faixa de renda ou de qualquer outro tipo de classificação social.


Schettini: Aglomerados de casas populares não são uma espécie de favela modernizada?

Kita Xavier: Eu não diria isso... Vejo as construções de casas populares, desde que sejam feitas de maneira séria e praticando a boa engenharia, como uma forma de dar cidadania à essa parcela da população. Ter um endereço, acesso a água e esgoto tratado traz ao cidadão, morador, o sentimento de pertencimento. E quem se sente parte pertencente da sociedade, trabalha para que ela seja cada vez mais justa e melhor.


Schettini: O que a modificação de sementes, os chamados transgênicos, altera na produção de alimentos e no papel da agronomia?

Kita Xavier: Liberados para cultivo no Brasil desde 2003 (há quase 20 anos) os transgênicos se impuseram como uma realidade nacional e conquistaram espaço significativo no mercado, com aumento da produção segura de alimentos. O melhoramento genético é uma grande ferramenta para aumento de renda do produtor, pois aumenta consideravelmente a produtividade das culturas. Além disso, o cultivar de variedades transgênicas resistentes às pragas e doenças pode reduzir o uso de agroquímicos pelos agricultores, diminuindo os custos de produção e os riscos de perdas na produção. O sucesso da implantação destas culturas e na manutenção do homem no campo, exige uma agronomia cada vez mais moderna, mecanizada, conectada às novas tecnologias digitais e que utilize de forma sustentável os recursos naturais. Para isto, são necessários incentivos à qualificação dos agricultores, engenheiros agrônomos e demais profissionais envolvidos na área.

Contudo, há uma preocupação cada vez maior da população por uma alimentação saudável, livre de resíduos químicos oriundos da produção, e uma demanda por produtos livres de transgenia, abrindo nichos de mercado para o cultivo de produtos orgânicos e agroecológicos. Santa Catarina tem se destacado nestes modelos de produção agrícola. E por este motivo, também é importante e precisa ser valorizada a iniciativa de programas que valorizem estes modelos agrícolas, a exemplo da Festa Nacional do Milho Crioulo que acontece em Anchieta, apoiada pela Epagri, UFSC, URGS e promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf) naquele município.


Schettini: Volta e meia prédios, pontes, grandes construções estão caindo. É a desqualificação da profissão ou material de terceira?

Kita Xavier: Vamos por partes... A infraestrutura é um importante ativo de um país e parte integrante de seu patrimônio. Infelizmente nossa infraestrutura está se deteriorando por falta de um plano de manutenção. Exemplo disso são as pontes Colombo Salles e Pedro Ivo Campos, que ligam a ilha ao continente, na capital do Estado. Ambas, com mais de 30 anos de operação, nunca tiveram um plano de manutenção preventiva. Agora, para não caírem, exigem altos investimentos do poder público em uma manutenção corretiva. Não é falha da Engenharia e sim de gestão. Mas há também casos de profissionais, que sem experiência ou com pouco conhecimento, conduzem mal algumas obras e o resultado é catastrófico. A finalidade do Crea é garantir à sociedade que, em cada obra ou serviço de engenharia prestado, haja um profissional habilitado presente. Observe: profissional habilitado, ou seja, que tenha sido formado para aquela modalidade seja agrônomo, eletricista ou geólogo. O Crea não pode avaliar a competência do indivíduo... isso caberá à sociedade, que, ao contratar um profissional, como em qualquer outro segmento de prestação de serviço, deve procurar saber do seu currículo e de sua atuação como engenheiro.

Schettini: O Sr. já foi presidente do Crea e busca novo mandato. Por quê?

Kita Xavier: Estive a frente do Crea-SC por dois mandatos (2012/2014 e 2015/2017) e fiz uma gestão pioneira e inovadora onde o Conselho se destacou nacionalmente em diversas ações e projetos, servindo de modelo para o país. Neste período, o Confea – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, por dois anos consecutivos, considerou o Crea-SC como o Crea mais eficiente e eficaz pela excelência na prestação de serviços, no atendimento de qualidade e na transparência dos processos. A fiscalização atuou de forma preventiva e orientativa o que proporcionou resultados crescentes com medidas menos punitivas. O Programa CREAjr, com foco na formação de novas lideranças, ficou entre os maiores do país com mais de 23 mil membros cadastrados, de 103 diferentes cursos e 46 instituições de ensino. A criação da Cartilha de Acessibilidade, da Cartilha de Engenharia Pública, do Manual do Síndico e de cartilhas da fiscalização em diversas áreas são exemplos de pioneirismo.

Outra inovação da minha gestão foi a criação do aplicativo de denúncia da fiscalização que possibilita a participação da sociedade de forma interativa com informações sobre obras e serviços irregulares. A diversificação dos serviços online aos profissionais, a conquista da certificação ISO 9001, a publicação da Revista Digital, o incremento das redes sociais e a criação de um canal de comunicação interna também foram destaques.

Este perfil inovador foi resultado de uma gestão transparente, com foco na valorização dos profissionais e das profissões. E por esses motivos, aceitei o desafio e o pedido, dos próprios profissionais, de concorrer novamente à presidência do Crea-SC.


Schettini: Não seria correto afirmar que o Crea ficaria mais forte se tivesse representação política?

Kita Xavier: Com certeza... e vamos buscar essa atuação política. Durante a minha gestão, o Crea-SC teve uma assessoria parlamentar presente que atuou junto ao Confea na alteração de resoluções e na proposição de projetos de lei que interferem na área tecnológica e afetam diretamente os profissionais do Estado. Quero agora fortalecer essa representação para garantir, por exemplo, a lei de manutenção predial, criando a cultura do “prevenir é melhor que remediar” em todos os segmentos da sociedade onde a Engenharia se faz presente.

Schettini: Quais são seus compromissos com SC e o cidadão em particular caso vença as eleições no dia 1° de outubro?

Kita Xavier: Nosso principal compromisso com a sociedade é garantir a segurança por meio da fiscalização do exercício ilegal da profissão, para que obras e serviços não sejam executados por leigos e sim por profissionais que possuem formação adequada para tal. Temos conhecimento do número obras e serviços irregulares que acontecem no Estado e queremos buscar convênios com prefeituras e órgãos públicos para uma fiscalização em conjunto, no intuito de reduzir consideravelmente esse cenário e, consequentemente, o risco de tragédias. A princípio isso pode levar a crer que o cidadão será penalizado. Mas não. Ao intensificar a fiscalização orientativa, reduz-se a emissão e arrecadação com multas e abre-se novas frentes de trabalho aos profissionais catarinenses, que passarão atuar na regularização dessas obras e serviços.

Vamos focar novamente em uma gestão pioneira e inovadora, com apoio dos colaboradores, conselheiros, inspetores e dos profissionais. Temos certeza que seremos vitoriosos nesse pleito eleitoral, afinal nosso slogan de campanha é “juntos podemos mais”.

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