Por Hugo Paulo Gandolfi de Oliveira*
Nos períodos eleitorais normalmente surge o bafafá quanto ao patrimônio dos candidatos, seja para o Executivo ou para o Legislativo, nos municípios, no Estado e no País. Agora não é diferente em relação às próximas eleições municipais.
Se tivermos vontade e a paciência de verificar o que está declarado ao Tribunal Superior Eleitoral e observarmos o que muitos candidatos demonstram em suas aparências – é claro que nos benzendo para evitar pré-julgamentos –, temos uma mostra plena de um dos maiores pecados “não mortais” do ser humano: o cinismo. Porém, também temos a mostra do “pecado mortal” da mentira, da esperteza. É claro que tudo é feito pelos ditos buscadores de votos dentro das brechas da lei, nesta parafernália de legislação que o Brasil tem. Entretanto, nem sempre é feito dentro das leis da moral, da ética.
Há candidatos que declaram patrimônio pífio, incompatível quanto ao que aparentam. Pobrinhos e astuciosos pensam (mal) no eleitor enganável, mas se esquecem dos eleitores perspicazes, não tansos.
Uns garantem ter mais do que aparentam, certamente que fundados na obrigação da honestidade. Outros, esquecendo-se de que os laranjais podem ser visíveis e germinam quando menos se espera, declaram aquém do que as aparências demonstram e as más-línguas proliferam.
Uns oficializam o que realmente têm e nos levam a acreditar que são coerentes nas juras patrimoniais, e pela coerência, e as aparências, pelo menos demonstram riqueza de caráter. Outros, pelo que afirmam ter, nos motivam à dó, pela dureza material oficializada, mas nos geram questionamentos pela (quase) escondida pobreza de caráter.
Mesmo considerando o princípio do Direito que demanda ao “in dubio pro reo” em favor de qualquer acusado, pelas parecenças não custa mantermos a “pulga atrás da orelha”, a dúvida na mente e a clareza na frente dos olhos. Tudo sem nenhuma intenção pecaminosa, mas cheia de cidadania e respeito à importância do voto.
*Jornalista e professor universitário
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