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REPERCUSSÃO

Amigo e esposa do motoboy morto por militar se dizem desamparados e pedem justiça

Entregador de pizza morreu em um acidente de trânsito envolvendo um ajudante de ordens do governador Moisés
Por: Marcos Schettini
22/10/2020 15:20 - Atualizado em 22/10/2020 15:57
Reprodução Douglas Mafioletti Pereira, de 28 anos, trabalhava como entregador de pizza em Florianópolis Douglas Mafioletti Pereira, de 28 anos, trabalhava como entregador de pizza em Florianópolis

Após a divulgação com exclusividade sobre o acidente de trânsito com morte envolvendo o capitão Bruno Golin Sprovieri, que é ajudante de ordens do governador Carlos Moisés, a imprensa catarinense deu eco ao caso que até então estava sendo mantido sob sigilo total.

Com a repercussão, houve então a manifestação de familiares e amigos do motociclista, com depoimentos e a divulgação do vídeo que capta o momento do acidente. “Infelizmente estão tentando abafar o caso, mas vou fazer tudo que for possível para fazer justiça pela vida que foi tirada de mim”, desabafa Verônica Santos da Silva, esposa de Douglas.

Diferentemente do que consta no boletim de ocorrência, o acidente foi na avenida Beira-Mar, não na avenida Madre Benvenuta. Este vídeo, também obtido pelo jornalista Marcos Schettini, mostra o momento em que a Chevrolet/Tracker, conduzida pelo militar, realiza o retorno na via, ignorando o semáforo vermelho, entrando na pista na qual o motoboy seguia para realizar a última entrega de pizza do longo dia de serviço. E da vida.

Vídeo mostra momento que em o ajudante de ordens colide com a moto de Douglas Pereira:

Douglas Mafioletti Pereira, de 28 anos, estava há cerca de seis meses em Florianópolis. Ele morava com a esposa Verônica no bairro Vargem Grande, no Norte da ilha. De acordo com seu colega de trabalho e amigo Sandro Daniel Trindade Rosa, ele saiu de Vacaria (RS) para buscar oportunidades na capital catarinense. “Trabalhamos juntos na Pizzaria Dibimussi, no Centro de Florianópolis. Ele queria sair das entregas, achava muita ‘loucura’, mas precisava continuar para pagar o aluguel”, relata ao Satélite.

Colega de trabalho de Douglas, Sandro conta que ambos compartilhavam do sonho em começar o próprio negócio, empreendendo em uma loja de roupas que pretendiam abrir no próximo mês. “Éramos muito amigos, vivíamos praticamente dia e noite juntos. Seu sotaque engraçado vai continuar nas minhas lembranças”, disse Sandro.


Amigo de Douglas, Sandro Rosa lamenta a morte precoce do colega (Foto: Divulgação)

De acordo com seu colega de trabalho, Douglas saiu perto da 0h20 do domingo (11) para realizar a entrega, seguindo no sentido Centro ao bairro Santa Mônica. Utilizando o celular da esposa para trabalhar, ela ficou sem contato com ele e só soube do caso no início da manhã.

“Ela ficava sem notícias até ele chegar do trabalho. Essa é a parte triste da história. Ela passou a madrugada toda em claro, imaginando que o pior tinha acontecido. Minha esposa encontrou com ela e contou o que as lágrimas não continham. Douglas havia morrido em um acidente de trânsito com envolvimento de motorista embriagado. A esposa dele recebeu o número da namorada do capitão, que disseram dar apoio à família, mas até então não deram suporte algum”, lamenta o também motoboy Sandro.

EMBRIAGUEZ

Uma testemunha que prefere manter o anonimato disse que presenciou o acidente. “O motorista parou no semáforo, mas avançou no sinal vermelho. A colisão aconteceu à 0h30. Foi horrível ver o motoboy agonizar até morrer por pura imprudência de um cara que estava completamente bêbado e iria fugir do local se outro carro não parasse ele”, relata.


Moto utilizada por Douglas Pereira no momento do acidente com o militar embriagado (Foto: Divulgação)

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