Desrespeito, insensibilidade e frieza
O governo estadual ignorou completamente a família do rapaz que perdeu a vida no acidente que envolveu o capitão Bruno Golin Sprovieri, que atingiu e matou o motociclista Douglas Mafioletti Pereira, de 28 anos. O grave acidente, com fuga do oficial e mantido sob absoluto sigilo, não mereceu, se quer, uma ligação por parte do chefe do Estado para a esposa e familiares. Esta frieza, aumentando a dor de amigos e parentes da vítima, criou um clima de solidariedade, inclusive, nos praças e oficiais. A PM e Bombeiros militares prestaram total socorro ao moço nas mesmas atenções que regem a ética profissional e beleza moral que marca as forças de segurança de SC. Lavraram o caso, mas foi escondido pelos setores ligados ao gabinete do governador para evitar que isso pudesse fortalecer o pedido de cassação. O ato piorou e desfraldou a cobertura irresponsável e fria. Sem um pedido de desculpas, isso mostra tudo e expõe o caráter do gabinete de Carlos Moisés.
DATA
Hoje, um dia histórico na vida pública de SC, será marcado como o início e o fim. O primeiro por ser o começo de um tempo político novo, isto é, de que não há isolamento e onipresença humana. O segundo, a confirmação disso.
INÍCIO
Que na vida pública, como ficou demonstrado no apelo surpresa da vice Daniela Reinehr, ela já empurrou o parceiro titular abismo abaixo quando compareceu na Alesc implorando relação com a Casa, via presidente deste Poder, entendendo sua sobrevivência política.
FIM
Qualquer que seja o resultado hoje, o modelo apresentado pelo titular e a vice, antes e depois do pleito de 2018, é patético. Chegaram ao Poder pela desconstrução de relações, entendendo-se acima de tudo e todos. Depois do dia 23 de outubro, a palavra constitucional retorna.
RETORNO
Os Poderes são harmônicos e independentes, regra escrita na Constituição, é uma premissa inviolável. Que ignorar o Judiciário e o Legislativo, atitude nunca vista, abre um abismo existencial e político incapaz de convivência paralela.
VISTAS
Qualquer um dos desembargadores pode pedir uma parada brusca no rito iniciado há meses para, sabe-se lá por qual motivo, interromper o que, em tese, já não há motivo para tal. Se todos ali, sem exceção, conhecem o conteúdo da peça, estacionar a votação seria desnecessário.
ELEIÇÃO
O processo eleitoral está em 2° plano em SC justamente porque todos as atenções estão voltadas para o desfecho hoje na Alesc. Não há ânimo para discutir o tabuleiro quando há um assunto ainda mais importante no paralelo estadual.
PRESENÇA
As bancadas federais estão na Capital dos catarinenses aguardando o desfecho final desta agonia que sufoca o grosso das discussões e encaminhamentos políticos primários do pleito. Todos sabem que é preciso dar fim, hoje, nesta gólgota estadual.
INDIFERENÇA
As instituições, ligadas às forças econômicas e políticas, não entraram no mérito das discussões sobre afastamento total da chapa de 2018. Observaram distante e permanecem como. Sabe que o que lhes interessam é SC motivada e construída como deve ser.
APATIA
Justifica a completa distância dos setores produtivos sobre o desfecho de hoje no Estado. Eles foram desprezados. Conviveram com uma falta de respeito jamais vista. Nada, absolutamente nada neste governo, respeitou relações e ideias. Sobreviveram, mesmo ignorados.
EUTANÁSIA
Quem vai decidir o cenário de SC de agora em diante são os desembargadores. Ali, todos preparados, sabem exatamente o que deve ou não ser feito. Portanto, nesta agonia observada, é preciso salvar os órgãos diante da morte encefálica.
MORTE
A morte cerebral deste governo, com obstrução de sangue, acabou. Eles mesmos, titular e vice, impediram o funcionamento harmonioso entre cabeça, tronco e membros. Os órgãos, funcionando na técnica, trabalham por instinto.
VIDA
Para reanimar os rins, fígado e coração, somente transplantando em sobreviventes a este acidente administrativo. O corpo do atual, acéfalo, não retorna mais às atividades naturais que evitou. Não há sangue suficiente. Coagulou.
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