Quem tem põe, quem não tem tira
Se dois mais dois são cinco, por que não pode ser seis? A matemática do caos e da felicidade dentro da vida pública, mostra muito. Carlos Moisés falou três minutos para um parlamento em fevereiro, e a vice fica 15 horas sentada enfrentando os leões e esperando a piscadela de Sargento Lima. Ele, provavelmente, aprendeu a criar relações, ela ainda vai ter que buscar isso. Deixou de ser boçal, arrogante para se observar melhor articulado. O jogo não terminou. Agora é ele quem come a polenta pelas bordas. Tem tempo para melhorar sua humildade e temperança. Ela contou com um voto dentro da arena de degola que, surpresa, arrancou as dúvidas de bom senso na política e o deputado visto como o traidor, é ultrajado. Em campo político, não existem certezas. Se salvaram Daniela Reinehr, ninguém duvida que Moisés possa voltar. Fidelidade nunca existiu na vida política. O parceiro é o inimigo amanhã, seja de um lado ou outro. Tudo mudou, tudo está mudado e pode mudar muito mais que se imagina.
BARATO
Jonny Zulauf conseguiu ser aquele produto prestes a vencer na prateleira e, para chamar a atenção do consumidor, tem seu valor diminuído ao máximo que pode porque, se não for assim, não vende.
CERTO
Ele ficou escondido lá dentro do mercado, por muito tempo e, sem chamar a atenção, passou despercebido ao longo dos últimos 22 meses. Aí, do nada, escreveu um texto atacando a Alesc somente depois do resultado da última sexta.
ENTIDADE
Jonny Zulauf é aquele presidente da Facisc piegas. Tudo o que escreveu depois de sexta-feira, acusando a Alesc, deveria ser há duas semanas. Se escondendo em sua covardia, revelou-se um líder plantando bananeira. Um oportunista barato.
BARATO
A Facisc já foi melhor. Por ela, inclusive, já passaram grandes líderes com força e coragem, personagens do dia a dia. Mas o atual presidente choca por ser o carrapato na pata ferida da égua que, assustada na fome dos leopardos, ganhou distância.
ELE
O voto de Sargento Lima é o grande cavalo-de-pau que foi dado na última sexta-feira. Ele conseguiu cortar a cabeça da Daniela Reinehr e, com Super Bonder no bolso, grudou. Agora ela está aí para, amanhã, assumir o governo que ganhou na insistência.
ELA
Provavelmente Daniela pensa que vá ficar até 2022. Ninguém imaginava que ela iria se escapar da degola ao lado do desafeto Carlos Moisés. O mapa, então de ponta cabeça, confundiu o GPS no final e estava indo para uma miragem, não um oásis.
REVERSÃO
Quem não conseguiu dormir no final de semana foi a bancada do PT, que trocou um manso por uma tirana enrustida. Sabem que a governadora vai hostilizar suas existências políticas e isolar as ações que realizam. Portanto, Moisés pode, tranquilamente, escapar.
RESERVA
Carlos Moisés pode ressuscitar. Assim como o que estava tudo certo, deu tudo errado, agora o errado pode dar tudo certo. A bancada petista pode votar a favor do governador afastado, assim como o PDT de Paulinha e Rodrigo Minotto, além do Progressistas de Altair Silva e Zé Milton.
SALVAÇÃO
Carlos Moisés sempre poderia ser salvo por Daniela Reinehr. Pior que ele, embora afirme ser cordeiro, não engana. Foi ela, sempre, quem construiu o inferno onde o titular agora foi morar. Os deputados, enganados no resultado do 1°, calejaram no 2°.
DEFINIDO
Como ninguém imaginava que os russos jogavam contra no mesmo time, Daniela Reinehr escapou e vai ficar. O deputado Kennedy Nunes pode ser o próximo presidente da Alesc em um jogo com os demais deputados. Até porque a política continua forte. O jogo não terminou.
FUTURO
É provável que Carlos Moisés retorne ao Poder. A nova governadora imagina-se convergente. Só imagina. Voto, como bem mostrou o Sargento Lima, troca de lado. O mapa também pode, lá na frente, estar em outra posição.
QUEBROU
Dentro da Alesc o clima é aquele em que se dissolveu uma harmonia total em torno da Mesa. O voto do Sargento Lima derrubou completamente tudo que havia sido montado. Ele será visto como o Judas de um lado e Salvador do outro.
POLÍTICA
Se o deputado Sargento Lima não for o que quiser a partir de agora, pode escolher. Ele roeu o voto e atirou no peito de um projeto político que demonstrava estar mergulhado. Entre muitos exemplos, este é mais um. É do jogo. Se fez, é porque está certo.
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