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Estudantes de Agronomia da Unochapecó vivenciam profissão em propriedades rurais de Alpestre

Por: LÊ NOTÍCIAS
27/10/2020 11:54 - Atualizado em 27/10/2020 11:55
Unochapecó Alunos no encerramento do estágio em Alpestre Alunos no encerramento do estágio em Alpestre

Para que um estudante chegue ao mercado de trabalho com confiança, é necessário que, ao longo da graduação, existam experiências que ofereçam a realidade de sua futura profissão. A disciplina de Estudos e Vivência Ativa (EVA), implantada em 1995, surge com o objetivo de fazer exatamente isso. Por meio dela, os acadêmicos de Agronomia da Unochapecó entram em contato direto com a realidade do campo. Neste semestre, 40 estudantes viajaram até o município de Alpestre, no Rio Grande do Sul, onde ficaram entre os dias 3 e 10 de outubro na propriedade de famílias agricultoras.

Um dos estudantes que pôde acompanhar essa rotina diferente foi Roger Triarca Romani. Ele realizou o estágio na propriedade da família Lipreri, na Linha Alto Feliz. Um dos moradores do local é o jovem Danrlei Lipreri, que também é estudante de Agronomia. Ele relata que, por já ter passado pela experiência, o processo de repasse de conhecimento se transforma em algo muito mais rico. "Foi interessante relembrar. Antes de iniciar o EVA, nós ficamos apreensivos, esperando para saber quem seria o 'filho' que passaria essa semana com a gente. Além de ser gratificante poder passar para um futuro engenheiro agrônomo a parte básica do que se faz no campo, o estágio também é importante para que ele possa entender o quão fundamental é o trabalho do produtor", comenta Danrlei.

Roger conta que participou de diversas atividades com a família, como ordenhar vacas, limpar piquetes de novilhas e acompanhar o sistema da suinocultura. Ao longo do estágio, o estudante também conheceu melhor algumas peculiaridades do meio rural. Por estar em outro Estado, com uma política agrícola diferente, pôde entender a visão do agricultor a respeito da sociedade, comunidade e até mesmo sobre os diversos profissionais que frequentam a fazenda. "Profissionalmente, como conhecimento técnico, o EVA agregou muito no processo de dimensionar como o produtor está vendo a forma de assistência técnica, inovação no campo e as estratégias usadas para tornar a propriedade mais eficiente e lucrativa", avalia Roger.

EXPERIÊNCIA PARA A VIDA
Patrícia Vanusa Zanatta é outro exemplo desse aprendizado. Ela ficou na propriedade de Ilson Marques e conta que realizou atividades ligadas à produção de leite, como a ordenha das vacas, além de dar mamadeira para os suínos e ajudar nas tarefas da casa. Mesmo já tendo morado no interior, a vivência dela foi cheia de novidades e aprendizados, pois nunca havia trabalhado com a produção e venda de leite.

A adaptação para Patrícia, no começo, foi com um pouco de vergonha. Mas depois de muitas conversas, esta barreira foi quebrada, e descobriram até mesmo conhecidos em comum. "Os primeiros dias foram difíceis, pois não sabia como funcionava. Mas no final, quando peguei o jeito, já estava na hora de voltar".

A estudante imaginava um sistema totalmente diferente e enxerga que este estágio proporcionou entender a realidade do pequeno produtor. "Obtive muito conhecimento em uma área que eu nunca tinha tido contato antes. Melhorei como pessoa, pois a família tinha uma filosofia de vida que quero levar como exemplo pra mim. Criei uma relação com todos os familiares. O ensino de vivenciar o dia a dia do produtor, ver as suas dificuldades, quero levar pra toda vida", finaliza.

TEORIA E PRÁTICA

Antes de iniciar as práticas, houve uma preparação para que os estudantes pudessem entender as três etapas do EVA. A primeira se resume à vivência nas propriedades. A atividade geralmente ocorre no mês de agosto e dura 15 dias, porém, devido à pandemia, foi realizada em outubro e por um período menor. Nesta etapa, os estudantes fazem um resgate histórico da estruturação da propriedade e da família agricultora, buscando entender o que a levou à situação em que está atualmente. A partir disso, cada estagiário elabora um 'Livro da Família' com os registros coletados e entregam o relatório para produtores.

A segunda etapa acontece aproximadamente no mês de maio do ano seguinte. Nesta fase, com as informações obtidas a partir da vivência, os estagiários fazem avaliação técnica e econômica da unidade de produção familiar. A avaliação começa a ser realizada após o período de campo, com apoio de disciplinas do curso. Além da coleta de dados para a avaliação, o estagiário realiza uma apresentação de palestra em temática previamente definida de interesse dos agricultores.

Na última etapa, que acontece após um semestre, os acadêmicos elaboram um projeto de investimento para a família de agricultores que os recebeu nas duas etapas anteriores. Neste ano, por exemplo, surgiram projetos de construção de galpão de máquinas, estufa para hortaliça e piqueteamento. O projeto final e as demais atividades têm o acompanhamento dos professores do curso de Agronomia, com a coordenação da disciplina de Planejamento Rural.

Os docentes desta disciplina, Celso Zarpellon e Gelso Marchioro, acrescentam que o estágio busca trazer aos estudantes uma relação mais efetiva com os agricultores. Busca, além disso, propiciar um conhecimento maior sobre como viver e desenvolver atividades em propriedades rurais, e permitir que sejam levados os ensinamentos da vida universitária para esses espaços.Encerramento do estágio em Alpestre.


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