Vieses e consensos | A exceção como regra na antessala das fake news

Existem seres humanos com mais de 2,20 metros, bem como que passaram dos 90 anos, sendo fumantes, outros que vivem com um pedaço do pâncreas, alguns com fortuna incontável.

Há, ainda, quem não se vacinou e não pegou Covid-19 e aqueles que sem vacina e pegaram que sobreviveram, como há quem vacinado pegou e faleceu.

Amostragens em pequenos grupos, como no hospital de uma pequena cidade, não refletem a efetiva proporção das coisas como eles são.

Acaso faças uma pesquisa sobre a renda do brasileiro no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, e em Jurerê Internacional, em Florianópolis, terás uma média, contudo, totalmente destoante da realidade nacional.

Quando passamos analisar as questões ligadas à pandemia o que se tem narrativas de casos isolados ganhando proporções como se regras gerais o fossem, e passam ao largo disso.

Sem dúvidas que numa parcela ínfima da população pode ter causado reações adversas, e quiçá até fatais, o que deve ser publicitado em seus reais contornos, para que as pessoas em idênticas situações possam buscar se proteger.

Agora, tornar regra geral a exceção das exceções, é ignorância, crendice ou má-fé.

Em época de eleição em que o medo (seja do que for) é uma arma de políticos, atente-se para os exageros de todos os lados.

A saúde não tem partido, os grandes números geram as probabilidades confiáveis e não tem partido. As exceções distorcidas e ampliadas é que escondem interesses escusos por trás de suas narrativas surreais.

E nesse quadrante da Terra que não é plana, nem nunca foi, tampouco será, se não a movimentação vulcânica em Tonga não traria efeitos à costa Oeste dos Estados Unidos, mas antes à nossa costa brasileira, atente-se para as exceções como tais, não a tome como regras, pois, não o são, e não passam em verdade de burla de grupos políticos que semeiam o medo e a desinformação para colher cabresto e votos.