Os caipiras no Everest
Quando insistiram em escrever e emitir sua opinião, direito como sempre fazem todos os demais que ostentam seu poder de força editorial, os profissionais do interior de SC nunca foram levados a sério. Se a grife sempre foi concorrida, trabalhar nos grandes conglomerados era o desafio daqueles que se perguntavam, diante do espelho, por que era tão difícil exercer sua profissão e por que não tinham chances? Porque eram tempos de ser assim. O jornalista batia à porta e tinha seu desejo frustrado porque não era do meio. Talento, mesmo, só das grandes corporações e que não havia vida fora deste latifúndio. Descobriu-se que a Terra não é plana e que gira. Ocupando, ganharam altura e são bem-vindos à era digital. Terra sem dono.
AMANHÃ
Quinta-feira é gorda. Quando imaginava-se que o processo se daria na próxima terça, foi antecipado para amanhã. Até amanhã às 15h, quando o Plenário reúne seus 40 membros para uma demonstração política, será conhecido a força do quem é quem.
ONTEM
Os deputados são soberanos em seus papéis e, portanto, a decisão que individualmente tomarem, será dentro de suas responsabilidades. Não existem fantasmas externos. É na Casa que o desrespeito ocorrido, ganha vida.
JORNALISMO
Seja qual for o desfecho que se toma a partir de amanhã, o Satélite nunca acreditou que um governador e sua vice, escolhidos sem história, pudessem ter protagonismo político e administrativo. Sabia-se que o cenário de horror chegaria esta altura.
EDITORIAS
Cada linha editorial adotada até este momento, onde ficou expresso o que pensa este ou aquele profissional, seja ele vinculado ou não a grandes conglomerados, respeita-se. O que é do jornalismo independente, permanece como tal.
LEMBRANÇAS
Vai passar toda esta forma de tratamento exclusivo que este governo construiu ao longo de sua existência. Como líder estadual, ele selecionou quem a si curvou-se diferenciando-os daquele que o questiona. Este impeachment revelou muito.
REVELAÇÃO
Ficou claro, independente do resultado de amanhã, que ter opinião própria é mais forte que aquela vinculada a grandes forças editoriais. Que as inserções opinativas diárias que revelaram nos últimos anos, influenciam o cenário político.
CORPORAÇÕES
Que aglomerados da alta patente do domínio editorial, não representa o que pensa aqueles que foram julgados abaixo deste controle e foram subestimados. Que a era digital diz muito mais que o medo de enfrentamento.
DIRETRIZES
Jornalismo é ter opinião sobre temas que, antes, era de domínio apenas de alguns com força corporativa. Agora, este mito caiu e, portanto, todos podem fazer valer sua própria linha editorial com o profissionalismo que lhes foram negados.
MAIS
Os deputados estaduais, federais, senadores, governadores, presidente da República, viviam sujeitos àqueles conglomerados porque sentiam-se abaixo e na obrigação de suas vontades editoriais. Este mito caiu. Reverteu-se em igualdade.
TALENTO
A recente troca de rota editorial que profissionais como Moacir Pereira e Cacau Menezes, para citar dois destes, ganhou novos rumos. Apontou que, as amarras de ontem, não são eternas. Que há vida profissional na outra margem.
CORAGEM
Marcello Petrelli arrematou o que há de melhor na formação de opinião. Apostador mordaz na comunicação, ganhou o protagonismo em SC porque ousou, mostrou força, acredita no que faz e mostra-se perspicaz. Lidera porque respeita.
GRANDEZAS
Submeter talentos profissionais às regras de interesses pessoais, não segura mais ninguém. Que a Associação Catarinense de Imprensa é soberana e forte suficiente porque agrega a força profissional agora demonstrada, seja engajado ou não.
PROTAGONISTAS
O jornalismo independente também merece o respeito e, por isso, o talento que cada um exerce no debate estadual, não fica sujeito à antiga estação de subserviência que se via ontem. Que credibilidade profissional constrói-se.
RESPEITO
Ademir Arnon, líder consequente de outros que responderam pela ACI - Casa do Jornalista, preside uma entidade iluminada e que, agora, exerce sua força sob este comando de afinação. Isso quer dizer que, o que a entidade regra, segue-se.
PODERES
Está claro que a força editorial independente, expressa nos formadores de opiniões que ora está demonstrada, tem igualmente o respeito. Que não é mais uma premissa de domínio corporativo, mas de identidade, afinação, ideologia profissional.
RECADO
O efeito político observado neste momento em SC, com um governador acuado, amedrontado, frágil e sem direção, afirma que o abandono vivido por ele, é exatamente a fuga das linhas editoriais que saiu de seu controle como ora era observado.
HISTÓRICO
Por isso que o pedido de impeachment, assustando Carlos Moisés e sua patética vice, coroa um novo momento na linha jornalística de SC. Desprezado, o formador de opinião do interior, era exatamente visto assim. Agora este tabu caiu.
FUTURO
Não há mais curral de domínio editorial. As cercas foram derrubadas pela credibilidade e independência demonstrada pelos profissionais vistos como caipiras, sem força, uma piada, ninguém. Agora isso acabou completamente.
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