Santa Catarina vem conquistando cada vez mais espaço no setor apícola. Atualmente, figura entre os primeiros Estados em produtividade e, segundo o Governo do Estado, o mel catarinense já foi eleito e premiado internacionalmente como o melhor do mundo em vários concursos. Além disso, desde 2021 possui selo de produto com indicação geográfica (IG) conferido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Essa condição resulta de fatores como clima, solo, manejo e ausência total de resíduos químicos, bem como dos incentivos oferecidos aos apicultores por entidades e órgãos.
O Sistema Faesc/Senar/SC (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) é uma das entidades que investem fortemente no setor apícola e, entre as iniciativas desenvolvidas, estão dois programas. Um deles é a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) com foco para o produtor que, somente no período de 2016 a 2021, atendeu aproximadamente 386 propriedades em 56 municípios.
O outro é a ATeG com foco para a agroindústria apícola que foi criado em meados deste ano com o apoio da Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (Faasc). São atendidos 44 pequenos e médios entrepostos – estabelecimentos destinados ao recebimento, classificação e industrialização do mel e demais produtos das abelhas – divididos em dois grupos: um no Oeste, Meio Oeste e Planalto Norte; outro destinado às agroindústrias do leste do Estado (Planalto Sul, Litoral Norte, Alto Vale, grande Florianópolis, Sul e Litoral Sul).
MISSÃO TÉCNICA EM MINAS
Para fortalecer ainda mais a cadeia produtiva do mel em Santa Catarina ocorreu, entre os dias 16 e 22 de outubro, uma missão técnica de apicultores e técnicos a um grupo de produtores de própolis em Muzambinho (MG). A programação também contemplou participação no I Fórum de Desenvolvimento Sustentável para a Apicultura de Minas Gerais e Santa Catarina, além de visita aos produtores de rainhas Robson Raad e Márcia, em Faria Lemos (MG). A ação fez parte do projeto catarinense de Apicultura e Meliponicultura da Epagri.
Minas Gerais conta com locais de destaque nas áreas de própolis e melhoramento genético e, por isso, foi o Estado escolhido para a missão. O grupo envolveu 43 participantes entre técnicos da Epagri, 12 técnicos da ATeG do Sistema Faesc/Senar/SC, consultores do Sebrae, criadores de rainhas, presidentes de associações e membros da diretoria da FAASC.
De acordo com o chefe da divisão de estudos apícolas da Epagri, Rodrigo Durieux da Cunha, o melhoramento genético dos apiários é uma das ações priorizadas nos projetos de apicultura em SC. Segundo ele, a iniciativa está fortalecendo uma rede de produtores e técnicos envolvidos com essa tecnologia e, além de proporcionar aumento significativo na produtividade, também contribui para a melhoria da sanidade das abelhas, qualidade do mel, diminuição da mortalidade, entre outros benefícios.
Rodrigo destaca, ainda, que a apicultura catarinense é referência no Brasil e o trabalho realizado em conjunto com Epagri, Senar, Sebrae, FAASC, universidades, institutos e instituições está contribuindo para promover avanços em Santa Catarina. “O pensamento adotado é que as ações sejam integradas e tenham um alinhamento das orientações repassadas ao produtor. Todas as entidades parceiras buscam melhorar e incentivar ainda mais a produção e a comercialização do mel em Santa Catarina”, comentou.
ENCAMINHAMENTOS DA MISSÃO TÉCNICA
Todos os participantes assumiram o compromisso de realizar em conjunto os encaminhamentos para as melhorias no setor da apicultura em SC, tais como elaboração de materiais técnicos, além de compartilhamento e disseminação das informações para o desenvolvimento da apicultura no Estado. O fórum promovido durante a visita também resultou na aproximação de instituições como a EMATER MG, IF Sul de Minas, APIMUZ, Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), participantes e instituições de SC.
Na visão do presidente do Sistema Faesc/Senar-SC, José Zeferino Pedrozo, a visita técnica e a participação no “I Fórum de Desenvolvimento Sustentável para a Apicultura de Minas Gerais e Santa Catarina” foram fundamentais para o grupo aperfeiçoar conhecimentos sobre novos métodos de produção e para conhecer, na prática, aspectos sobre melhoramento genético e produção de própolis. “Trata-se de uma iniciativa que fortalece o trabalho da ATeG, motiva ainda mais os técnicos e os apicultores a inovarem”.
O evento foi coordenado pelo apicultor Rubens Castro, que também é servidor do IF Campus Muzambinho. Ele destacou que toda a programação foi um sucesso e valorizou tanto a participação dos apicultores de sua região quanto o grupo catarinense que viajou mais de mil km para acompanhar o evento.
ENTENDA MELHOR A ATEG APICULTURA
A Assistência Técnica e Gerencial nas propriedades rurais possibilita acompanhar os apicultores em todas as etapas de produção, desde atividades de campo até processos gerenciais. Durante dois anos, os técnicos fazem visitas mensais aos produtores e acompanham a evolução das propriedades. As atividades também contemplam visitas técnicas e Dias de Campo.
O superintendente do Senar/SC, Gilmar Zanluchi, realçou que o trabalho da ATeG tem transformado as propriedades com um eficiente controle da nutrição, sanidade, genética, análise de gestão, manejos dos espaços, entre outros. “É gratificante saber que estamos contribuindo para favorecer o crescimento da atividade apícola, oportunizando produtos de qualidade e geração de renda”.
A coordenadora do programa em SC, Paula Araújo Dias Coimbra Nunes, orientou aos produtores que quiserem participar do programa em 2023 para que procurem o Sindicato Rural de sua região. “Importante destacar que o acompanhamento personalizado é gratuito e os resultados são visíveis tanto na melhoria da gestão quanto na produtividade e na rentabilidade dos negócios”, finalizou.
Rua São João, 72-D, Centro
AV. Plínio Arlindo de Nês, 1105, Sala, 202, Centro