Realizar tarefas simples como andar pelos corredores da Universidade, pegar um livro na biblioteca, ou subir rampas, pode se tornar um enorme desafio para quem possui limitações físicas. Foi para entender essa realidade, que os acadêmicos do primeiro período do curso de Medicina da Unochapecó participaram na última segunda-feira (11) da atividade 'Com meus sapatos'. A ação é desenvolvida pela comissão do Humanizamed e acontece todos os anos e em 2018, está na sexta edição.
Antes de chegar no Plenário do bloco G, da Unochapecó, os estudantes não imaginavam o que iriam encontrar. Com a frase de Fernando Andreazi estampada no telão, que diz "Empatia é calçar os sapatos do outro mesmo quando eles apertam", a atividade iniciou. Divididos em duplas, os estudantes simularam deficiências físicas com o uso de cadeira de rodas, muletas, esparadrapos, tapa olhos e abafadores sonoros. A ação propôs que cada dupla fosse até a biblioteca pegar um livro, andasse pela Universidade e no fim devolvesse o material emprestado.
De acordo com a coordenadora do evento, professora Paula Zeni, o objetivo da atividade é fazer com que os estudantes desenvolvam empatia pelo próximo. "Queremos desenvolver a humanização, a empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro, no intuito de tornar o ensino da Medicina mais humanizado, para que lá na frente, quando eles estiverem com o paciente, eles possam ter a sensibilidade de olhar para o outro", comenta.
Para os acadêmicos, a experiência demonstrou as dificuldades enfrentadas por muitas pessoas, mas que nem sempre são percebidas. "Ver que o outro está falando com você, mas não ouvir o que ele diz, é muito angustiante", comenta a acadêmica Bruna Ribas Gelinski, que durante a atividade simulou a deficiência auditiva, junto de sua dupla, a acadêmica Christine Maria Kaiser Leitner.
Andar de cadeiras de rodas pelos corredores fez com que o acadêmico Gabriel de Oliveira cansasse mais do que o normal. Ele e sua dupla, formada por Lucas Schenatto, puderam perceber um pouco da realidade de quem possui deficiência motora. "Foi uma atividade importante para aumentar a nossa empatia pelos outros e ver de que forma a Unochapecó está preparada com a acessibilidade", coloca Gabriel.
No fim da atividade, todos puderam socializar sobre a dinâmica e refletir o que experimentaram. "No final, a gente sempre dedica um momento de avaliação para eles falarem sobre isso, e é unânime eles dizerem que isso deveria ter em todos os períodos, pois essas experiências são enriquecedoras", finaliza a professora Paula.
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