Por Vitória Schettini
Com uma população de 27 mil habitantes, segundo dados de 2016 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Xaxim é composta por cidadãos descendentes de imigrantes italianos e alemães. Assim como a maioria das cidades dos três Estados do Sul do País, Xaxim recebeu imigrantes, sobretudo italianos, e alemães nas primeiras décadas do século XX. Passados mais de noventa anos, o município ainda recebe imigrantes que procuram melhores condições de vida, desejam conhecer o Brasil por curiosidade ou simplesmente por gostarem daqui. Nessa perspectiva, o LÊ NOTÍCIAS, para lembrar o Dia do Imigrante, celebrado no dia 23 de junho, entrevistou a canadense Rachelle Marie de Araujo Tonello, o haitiano Thony Eliazard, o senegalês Gora Mbaye e o argentino Julio Blas, que compartilham histórias e experiências antes e depois que chegaram em território brasileiro.
O Senegal é um país rico culturalmente e que fica localizado no Leste do continente africano. Com uma população de 133,3 milhões de habitantes, o país vive economicamente de mineração, construção civil, turismo, agricultura e pesca. Buscando melhores oportunidades, o senegalês Gora Mbaye, de 33 anos, está no Brasil há quatro anos e meio e relata ao LÊ NOTÍCIAS acerca dos empecilhos enfrentados antes e depois de sua chegada ao território brasileiro.
Gora vem de uma cidade chamada Kebemer, no Senegal, e desde que chegou a Xaxim, está trabalhando na Aurora Alimentos. “O que me fez sair do Senegal foi a dificuldade de conseguir emprego, uma vez que o desemprego estava muito grande. Acabei deixando minha esposa e minha filha, hoje com quatro anos, para trás, em busca de melhores condições”, revela.
Falando francês, inglês, espanhol e português e estando sozinho no Brasil, ele ressalta que não teve problemas em falar o português no Brasil, pois já estudava o idioma antes de viajar para cá. “Eu consegui me comunicar bem com os brasileiros. O meu trajeto até chegar em Xaxim, foi Equador, Rio Branco (AC) e Assis Brasil (SP)”, acrescenta Gora, que esteve capital do Acre para conseguir o protocolo para permanecer no Brasil.
SAUDADES DA FAMÍLIA
“O que mais quero é rever minha família e conhecer minha filha. Quando eu deixei o Senegal, minha esposa estava grávida e eu sinto muita falta das duas. Quero conseguir a permanência e vê-las novamente”, salienta. Gora acrescenta que trabalhava no Senegal, contudo, ganhava muito pouco e não conseguia ajudar muito a família financeiramente.
“O que está demorando bastante é para conseguir a permanência, porque tem muita burocracia e o processo é demorado. Conseguir a permanência é o desejo de muitos senegaleses que estão no Brasil. Eu estou me planejando para ir a Porto Alegre tentar a permanência e quem sabe, poderei ver minha filha e minha esposa novamente”, finaliza o senegalês.
Confira também a primeira notícia desta série de reportagens, com o argentino Julio Blas:
Argentino mora no Brasil há 15 anos e conta história desde que chegou em território brasileiro
Rua São João, 72-D, Centro
AV. Plínio Arlindo de Nês, 1105, Sala, 202, Centro