Poucas horas antes dos eleitores terem a oportunidade de confrontar ideais e ouvir as propostas dos candidatos a governador em Santa Catarina pela última vez antes da votação, veio a frustração: Carlos Moisés avisou que não iria. Ele enfrentaria Gelson Merisio (PSD) no debate que seria transmitido ao vivo pela NSC TV. A estratégia foi considerada anti-democrática e deixou os eleitores frustrados.
Mas além de não comparecer, Carlos Moisés tentou impedir que a emissora cumprisse uma das regras previamente estabelecidas e aprovadas por ele mesmo, uma entrevista de 20 minutos com Gelson Merisio, devido a ausência dele. O pedido foi negado pelo juiz Antonio Fernando Schenkel do Amaral e Silva, o regulamento foi cumprido e Merisio teve oportunidade de apresentar suas propostas. Moisés alegou problemas nas vias respiratórias.
"Boa noite a todos os telespectadores que acompanham essa entrevista, que deveria ser um debate. Lamento a decisão do candidato Moisés de não estar presente. Ela nos tira a oportunidade de aprofundar temas absolutamente relevantes”, enfatizou Merisio. Veja abaixo um resumo das propostas apresentadas pelo candidato Gelson Merisio durante a entrevista:
Decisão no dia 28
“Deixando claro aos catarinenses, que temos um avião para partir, e teremos tempo feio pela frente. O que nós vamos escolher domingo é o piloto. Se será um piloto experiente, que já conhece os problemas e sabe como enfrentá-los, ou vamos escolher um piloto que vai aprender a pilotar durante o voo. Mais do que isso: sem tripulação conhecida. A minha tripulação já está nomeada.”
Segurança Pública
“Ou nós enfrentamos agora o crime organizado, as facções, o fechamento de fronteiras,com um processo muito duro de combate ao crime organizado, ou perderemos o controle, como você colocou bem, como perdeu o Rio Grande do Sul. Hoje, Porto Alegre tem mais homicídios proporcionalmente do que o Rio de Janeiro. Está aqui do lado”.
“Nós precisamos de 5 mil policiais nas ruas. Como é que se paga o salário de 5 mil policiais? Nós vamos extinguir 1.200 dos atuais 1.400 cargos comissionados. Eles pagam os salários de 2.500 policiais”.
Educação
“Temos que trabalhar com muito afinco, muita verdade e sinceridade para melhorar o salário do professor. O professor precisa ganhar mais. Toda receita que nós aumentarmos será destinada a aumentar o salário do professor. E também melhorar o ambiente da escola. Isso se faz aumentando a autonomia do gestor”.
“Nós temos um processo de tecnologia que a educação ainda não apropriou. Nós temos uma geração de alunos digitais, com formato de ensino analógico. Construir um novo processo para isso, por isso mesmo a pessoa que nós fomos buscar para ser a nova secretária da educação, é formada e tem doutorado em Harvard em Gestão da Tecnologia”.
“Se nós conseguirmos apropriar tecnologia ao ensino, de forma que o jovem, vocacionado ao emprego na sua região, especialmente no ensino médio, possa ter um aparato tecnológico, que tenha a individualização do seu conteúdo, individualize a sua avaliação, lhe dará a certeza de um emprego após sair do ensino médio, ele vai ter mais atrativos na escola e o professor terá a realização profissional".
“Na educação especial, aliás, nós vamos refundar a Fundação Catarinense de Educação Especial de forma que ela volte a ser um formador de professores e dar uma atenção melhor às famílias lá do interior, aos professores que possam identificar precocemente uma avaliação que está sendo mal feita”.
Gestão pública
“Nós temos que fazer uma mudança profunda, filosófica, no processo de gestão do estado, onde a indicação política desapareça. Comigo, os 40 deputados vão estar lá na Assembleia e não terão nenhuma indicação no Governo. Eles sabiam disso antes de começar a eleição, antes de serem candidatos. Os partidos da coligação também, desde o primeiro momento”.
“Uma boa gestão da dívida vai permitir que Santa Catarina avance nessas obras de infraestrutura e, para isso, terá que ter um governador preparado, experiente, com uma equipe montada”.
Serviço público
“Santa Catarina tem 105 mil servidores, ativos e inativos. Uma folha que, se não for bem gerenciada, se errar os primeiro movimentos, atrasa salário. E lá em 1998, o estado fez uma invenção. Escolheu a inexperiência e deu no que deu. Quatro folhas de pagamento atrasadas".
Combate à corrupção
“A tecnologia é a grande aliada do combate à corrupção. Lá na Alesc nós criamos a Controladoria para não permitir, em tempo real, que desvios aconteçam. Isso também faremos no estado. Mas mais do que isso. Com o processo tecnológico, daremos pleno acesso ao cidadão ao Tribunal de Justiça, MP e Tribunal de Contas, em tempo real, toda a execução orçamentária de todas as secretarias, de forma que qualquer desvio de conduta que venha a ocorrer, seja instantaneamente identificado e corrigido”.
Saúde
“Em 2016, eu aprovei na Alesc uma emenda constitucional, que está em vigor, elevando de 12% para 15% o percentual mínimo que o estado vai investir em saúde. Isso permitirá R$ 8 bilhões a mais nos próximos 10 anos. Mas não chega: nós precisamos de mais gestão com tecnologia, com integração plena, lá no posto de saúde do município lá do interior ao secretário de Saúde do estado. Não se faz saúde no estado sem que o município vá bem”.
Meritocracia
Temos que construir junto com a UDESC o Instituto de Indicadores. Tendo os indicadores se estabelecem metas exequíveis, que possam ser atingidas. Sendo atingidas, a remuneração que aumente o valor real recebido pelo servidor. Isso vai diferenciar quem tem vocação, engajamento, de quem apenas faz de conta que trabalha, porque é efetivado e não pode ser demitido. Grande parte dos servidores quer estar engajado, quer ser remunerado da forma adequada, mas precisam de desafios.
Governar sem o PMDB
“É difícil falar num processo eleitoral não tendo meu concorrente participando, porque sempre fica delicado falar de quem não está presente. Agora, no caso concreto, é inegável que o candidato Carlos Moisés já acertou o seu entendimento com o PMDB. Eu acho isso ruim. Desde o princípio do processo, quatro anos atrás, eu defendi o rompimento com a aliança do PMDB. Com o PMDB da cúpula, não com o eleitor”.
“Ter uma nova aliança agora, do PSL com o PMDB, é manter o PMDB no governo e eu não acho isso bom. Por que? Porque o PMDB é muito apegado a cargo, e nós precisamos fazer o processo de dissecação, o processo público precisa ser enxugado. Um servidor a mais numa regional é um policial a menos na rua”.
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